O setor sucroalcooleiro e a vida dos trabalhadores prejudicados pelo agronegócio

Não é de hoje que o agronegócio vem afetando a vida de trabalhadores, sobretudo migrantes, no interior de importantes estados do país.

No Brasil, há cerca de 430 usinas do ramo. Só o setor sucroalcooleiro em São Paulo abrange 5.172611 hectares. Estas terras equivalem a quase 21% de todo o território paulista. Apenas em São Paulo, ainda, a produção de cana alcança o número de 367.450 mil toneladas, a de açúcar 23.963 mil toneladas, e, por último na lista, 13.944 mil toneladas de etanol.

E apesar dos lucros exorbitantes dos empresários do setor, com a desaceleração que o agronegócio sofreu em 2008, até 2011 a maioria dos usineiros se afundaram em dívidas, deixando muitas usinas do ramo nas mãos de multinacionais, e quem mais sofreu as consequências foram os trabalhadores.

Em 2013, a CSP-Conlutas participou de audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, na qual diversas denúncias foram colocadas em pauta, evidenciando que os usineiros não depositam, por anos, o FGTS dos trabalhadores, deixam de recolher ao fisco a contribuição dos funcionários para financiamento da previdência social, não pagam seus impostos, contribuições sociais e previdenciárias, e ainda tomam empréstimos, a juros subsidiados, e não os pagam. Para agravar a situação, o governo injeta verba pública generosamente no setor e ainda oferece, rotineiramente, oportunidades de abatimento da dívida e outros benefícios.

Aparecido Bispo, da Feraesp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo), cita que, o problema é bem mais amplo, “além dos problemas previdenciários, e que os usineiros costumam fechar e abrir novos CNPJ’s , para facilitar o pedido de novos financiamentos” e assim firmar as relações de lucro entre grandes empresários e governo.

Uma série de reportagens da TV Fronteira, do canal da Globo na região de Presidente Prudente, tratou de falar sobre a produção de cana de açúcar no oeste paulista, desde o início do desenvolvimento, a produção, o desemprego, citando a situação dos demitidos da Floralco, e os reflexos disso na vida das pessoas que vivem nestas cidades do interior do estado. Faltou citar, nas reportagens, o papel do governo, a questão da reforma agrária e o fortalecimento do agronegócio em detrimento do desenvolvimento dos trabalhadores rurais. E este é um ponto a ser discutido e cobrado dentro e pelo movimento organizado.

Fonte: ANDES-SN

Confira nos links abaixo as três reportagens citadas sobre o tema:  

Reportagem 1 – 11/11/2014 

Reportagem 2 – 12/11/2014

Reportagem 3 – 13/11/2014 

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