Declaração da CSP-Conlutas sobre o golpe nas eleições do Sincotelba (BA)

Para evitar sua derrota a CHAPA 4/CUT frauda as eleições do SINCOTELBA  

Os trabalhadores dos Correios da Bahia esperavam ansiosos que as eleições do sindicato, marcada para os dias 24 e 25 de setembro, colocasse um basta na atual crise do movimento sindical ecetista no estado. Lamentavelmente, os trabalhadores sofreram mais um golpe, orquestrado pela Chapa 4 (Unidade, Renovação e Luta), a chapa da antiga diretora Simone Lopes, apoiada pela CUT.

Temendo o resultado das urnas, a Chapa 4 se utilizou dos métodos mais asquerosos e antissindicais, fraudando as eleições. No primeiro dia de votação, a Chapa 4 contratou mais de 100 seguranças, ou melhor, capangas (segundo informações, estavam inclusive armados) intimidando a todos para evitar que as urnas saíssem no horário. Isso fez com que algumas urnas só saíssem já próximo das 14h, impedindo que a categoria votasse amplamente.

Além disso, mudaram os roteiros das urnas que conseguiram sair, alterando aquilo que foi pré-definido pela comissão eleitoral; urna que saiu do sindicato para o interior foi seguida por um carro de capangas armados, criando um clima de medo e intimidação sobre os mesários durante todo o processo. Mesmo com todo tipo de manobras no primeiro dia das eleições, a Chapa 4 não conseguiu evitar a votação no dia 24 de setembro (quarta-feira).

Os trabalhadores queriam mudança e muitos encontraram na Chapa 5 (Independência para Lutar) uma alternativa. Diante da possível derrota e do rechaço massivo da categoria à Chapa 4, os golpistas travaram a saída das urnas de Salvador no segundo dia. O objetivo era claro: impedir que se atingisse o quórum para anular a eleição, e evitar uma estrondosa derrota. Para isso, os mesários da Chapa 4 e seus capangas foram orientados a impedir a votação, chegando a rasgar cédulas e roubar urnas no interior. Em Salvador, mesários da Chapa 4 e da Chapa 6 (chapa laranja ligada à CUT/Chapa 4) foram orientados a não assinar as listas e assim impedir que as urnas saíssem, contando para isso com um dirigente da CUT que se intitulava representante das duas chapas e que deu essa orientação.

Essa atitude, típica da burocracia sindical, é um claro desrespeito à vontade da categoria. A cara de pau dos burocratas da Chapa 4/CUT não tem limites. Os mesmo tem se utilizado das redes sociais para acusar as outras chapas de fraudarem o processo eleitoral. Diante de tamanha mentira, nós fazemos um chamado à categoria para evitar esse golpe.

Um breve histórico

O SINCOTELBA vinha sendo dirigido há mais duas décadas pelo PT. A atual direção do sindicato levou a categoria ao fundo do poço. Com uma direção completamente atrelada à empresa e ao governo, transformou o sindicato em um grande balcão de negócios, um verdadeiro trampolim para que os dirigentes assumissem cargos na empresa.

Diante da postura governista e antidemocrática, um setor dos dirigentes rompeu com a atual direção do sindicato. A crise se aprofundou quando a direção ligada à CUT foi destituída na justiça por conta das irregularidades do processo eleitoral anterior. Essa mesma direção traiu a luta da categoria contra o Postal Saúde.

As chapas

Estavam inscritas seis chapas, sendo que duas eram chapas fantasmas (2 e 6, indicadas pela burocracia para ter o controle da comissão eleitoral e aplicar todo tipo de fraudes e golpes).

A Chapa 1 era formada por membros da CTB/FINDECT, conhecidos por sua estreita relação com a empresa e por trair a categoria nas últimas campanhas salariais. Esse setor dirige os sindicatos dos correios de SP e RJ, que atropelaram a vontade da categoria de ir à greve nas últimas assembléias.

A Chapa 3, financiada pelo PSB, da candidata à governadora Lídice da Matta, é dirigida por um burocrata de direita que nunca esteve presente nas lutas da categoria. Além disso, a Chapa 3 se utiliza do dinheiro do GRECOS (Grêmio Recreativo da categoria) para financiar sua campanha.

A Chapa 4, ligada à CUT, é formada pelos antigos diretores destituídos e que querem manter o sindicato atrelado ao PT e ao governo. Esse setor optou por apoiar o governo Lula e Dilma e abandonar as lutas da categoria, como fizeram na campanha salarial desse ano. Com o objetivo de evitar a greve para preservar o governo Dilma, os sindicatos dirigidos pela ARTICULAÇÃO SINDICAL/CUT aceitou a proposta de ACT da empresa, que representa um profundo retrocesso para a categoria.

A Chapa 5 (Independência para Lutar) é formada por ex-diretores que romperam com o sindicato, por um grupo de trabalhadores de Feira de Santana que estiveram na linha de frente da luta contra o Postal Saúde e por membros da CSP-Conlutas, a chapa ainda tem o apoio da Intersindical.

A Chapa 4 continua achando um jeito para fraudar as eleições  

Após o golpe dado pelo grupo ligado a Chapa 4/CUT, um novo edital está sendo costurado na Comissão Eleitoral, com a maioria dos pelegos da Chapa 4 e 6. Estão anunciando novas eleições do SINCOTELBA para os dias 28 e 29 de outubro. Não existe nenhuma garantia de que o processo eleitoral esteja protegido contra uma nova fraude. É necessário que a categoria participe e fiscalize as eleições, e evite que mais um golpe seja orquestrado. A única forma de evitar que a Chapa 4 utilize seus métodos mafiosos contra a categoria é a participação e o acompanhamento das eleições pelo Ministério Público e pela base.

Fora burocratas vendidos do SINCOTELBA!

Basta de golpes e fraudes!

Queremos eleições limpas e democráticas! Que seja garantido à categoria o seu direito de votar!

Por um sindicalismo classista, democrático e combativo, lutamos por um SINCOTELBA independente do governo e da empresa. CSP-Conlutas Correios 26 de setembro de 2014.

Fonte: CSP-Conlutas

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