Governo ameaça com Medida Provisória que permite a flexibilização da jornada de trabalho e redução dos salários

Equipe técnica do governo está em fase final de elaboração do projeto  que beneficia empresários  e ataca o direito dos trabalhadores  

Atenção, trabalhadores! Está saindo do forno uma Medida Provisória (MP) que ataca direitos trabalhistas com a flexibilização da jornada de trabalho e de salários. Com essa MP, o governo tem objetivo ajudar ainda mais as montadoras e a indústria. Ou seja, além das isenções fiscais, desonerações e incentivos às montadoras e demais indústrias, o governo vai dar mais dinheiro para os patrões e em contrapartida vai  atacar os direitos dos trabalhadores.  

Em síntese, de acordo com matéria do jornal o Globo, do dia 7 de maio, essa medida pouparia os gastos dos patrões com as demissões e o governo pagaria parte da conta.  De acordo com o jornal, “seria uma maneira de evitar os custos de demissões diante de uma economia que patina”.  A matéria aponta que setores do segmento têxtil, construção civil e de energia, estão em desaceleração na geração de vagas ou já fecham postos neste ano.  

Ainda segundo a matéria, o Programa Nacional de Proteção ao Emprego (PPE) elaborado nesta MP, permite que empregados tenham a jornada de trabalho reduzida bem como tenham seus salários reduzidos a pouco mais da metade, por seis meses.  

A medida se assemelha ao layoff e férias antecipadas já praticadas pelas empresas e que geralmente acabam em demissão.  

O projeto prevê que governo arcaria com parte dos salários e o empregador com outra. Como se não bastasse, segundo técnicos que elaboram a proposta, o FGTS também pode ser usado como fonte de recursos para ajudar a bancar parte dos salários dos trabalhadores.  

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, revelou ao jornal que a MP será envidada para aprovação da presidente Dilma.  

De acordo com o ministro, a presidente deverá ter uma posição política, visto que, em sua avaliação, o momento é ideal para a tomada de uma medida como essa porque o país está gerando empregos. “Este é o melhor momento, porque estamos bem nessa área. Se houver uma piora e for necessário, já teremos uma postura e propostas alternativas para assegurar a manutenção dos empregos”, disse o ministro ao jornal.  

Outro posicionamento favorável a essa medida veio de quem deveria defender os direitos dos trabalhadores. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, mesmo que não haja condições de usar o programa já neste ano, a sua simples criação já seria um avanço.  

O dirigente da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, em artigo publicado recentemente denuncia que ao invés de mobilizar os trabalhadores a maioria das direções sindicais apoiam o governo e o ajudam a implementar ataques aos trabalhadores.  

Outro fato abordado pelo dirigente é de que as demissões não se justificam visto que o setor industrial vem há anos sendo beneficiado com incentivos fiscais e redução de IPI do governo Dilma.  

Agora, o governo cogita a elaboração de mais um projeto para atacar os direitos usando para isso dinheiro público.  

“A CSP-Conlutas não concorda com estas propostas, entendemos que não há motivos para as montadoras e autopeças demitirem, pois recebem financiamentos, recursos públicos, terrenos para construção de novas plantas e nas primeiras “dificuldades” querem jogar a responsabilidade e a “crise” nas costas dos trabalhadores. Exigimos do governo Dilma que garanta realmente o emprego. Que tenha uma lei que garanta estabilidade no emprego e que impeça as empresas de demitirem”, destaca o artigo.  

“Chega de recursos para as montadoras e para a FIFA enquanto nosso povo padece de educação, saúde e melhoria dos serviços públicos. Vamos unificar a luta com as diversas categorias, movimentos populares e da juventude!”, finaliza. 

Servidores Federais marcham na Esplanada e cobram valorização do serviço público

Mais de 5 mil trabalhadores marcaram presença no coração de Brasília na Marcha dos Servidores Públicos Federais (SPFs) nessa quarta-feira (7). A luta por serviços públicos de qualidade, contra as privatizações e pela valorização funcionalismo federal foram as principais pautas que levaram os manifestantes a enfrentar o forte sol e a ocupar a Esplanada dos Ministérios por toda a manhã.

A concentração para o ato teve início às 9h, em frente à Catedral de Brasília. Aos poucos chegavam ônibus de todo o país, trazendo servidores das diversas categorias representadas no Fórum das Entidades Nacionais dos SPF, para exigir seus direitos e protestar contra o descaso do governo federal. Às 11h teve início a Marcha, que fechou pistas da Esplanada e partiu em direção ao Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog).

Lá os manifestantes se encontraram com as delegações de Fasubra e Sinasefe, que desde a madrugada trancavam as entradas do ministério, cobrando do governo a abertura de negociação sobre as pautas de suas greves. Do alto do carro de som, os organizadores da Marcha deram início às falas das entidades e categorias presentes, que expuseram suas pautas específicas, deram informes sobre a mobilização nas bases e reafirmaram a importância da luta conjunta entre os SPFs. Falaram, entre outras entidades, representantes da Assibge, da Fasubra, do Sindireceita, do Sinal, da Fenasps, do Sinasefe e da Fenajufe, além de representantes das centrais sindicais. Os trabalhadores em greve da Indústria de Metal Bélico do Brasil (Imbel) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também discursaram.

Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN, falou aos servidores presentes sobre os ataques que o governo vem realizando contra o serviço público. Ela lembrou que hoje há uma inversão de prioridades e que o governo investe cada vez mais dinheiro público em esferas privadas. Marinalva ainda apontou que a Marcha era vitoriosa pela mobilização das categorias e que a hora é de intensificar a luta nos locais de trabalho para conseguir pressionar ainda mais o governo federal para que negocie com os SPFs. “Esse governo só responde quando é pressionado e já disse que não vai negociar, então temos que aumentar a mobilização para conseguir reverter a situação”, concluiu a presidente do ANDES-SN.

Paulo Barela, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, também se dirigiu aos manifestantes. O dirigente afirmou que o governo federal investiu 34 bilhões de reais na Copa do Mundo, enquanto deixa o serviço público de lado, o que demonstra que “nesse governo, quem ganha são os empresários e a Fifa”. Barela ainda lembrou que o governo tem realizado políticas de isenção fiscal para setores do empresariado, mas segue sem investir nos serviços públicos de qualidade para a população. “É hora de pegarmos o exemplo dos garis do Rio de Janeiro, dos rodoviários de Porto Alegre, e de muitas outras categorias em luta pelo país para unificar nossas lutas e avançar na conquista de direitos”, destacou.

O representante da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Marizar Mansiglia, saudou os militantes que resistem contra os ataques do governo federal do serviço público. “Esse ato simboliza a nossa arrancada para combater o entreguismo do serviço público por parte da Dilma” afirmou. Ele ainda lembrou a importância da manutenção das lutas durante a realização da Copa do Mundo, e terminou sua fala afirmando que na “Copa vai ter luta”.

Entidades pressionam e são recebidas
Na madrugada desta quarta-feira (7), Fasubra e Sinasefe bloquearam as entradas do bloco C da Esplanada, onde funcionam algumas secretarias do Ministério do Planejamento, entre elas a Secretaria de Relações do Trabalho. A ação vitoriosa serviu para pressionar o governo federal a se reunir com as entidades em greve. Às 10 horas, uma comissão formada por coordenadores e representantes dos Comandos Nacionais de Greve foi recebida pelo secretário da SRT/Mpog, Sérgio Mendonça, e pelo secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Speller.

Depois de muita conversa, os trabalhadores conseguiram dos representantes do Executivo o compromisso de uma resposta às pautas das categorias num prazo de 15 dias. Uma nova reunião foi agendada para o dia 22 de maio.

De acordo com o informe das entidades, o governo sinalizou que há pouca ‘margem de manobra’ para negociar com os trabalhadores da educação federal, mas que buscaria dar retorno até a próxima reunião.

“A vitória de hoje foi um sinal claro de que só a mobilização e o fortalecimento da greve vai fazer com que sejamos atendidos. Vamos ampliar a nossa luta e assim conseguir com que o governo aumente também sua margem de manobra”, ressaltou Alexandre Fleming, coordenador geral do Sinasefe. Ele lembrou que no dia anterior o MEC havia se recusado a receber ANDES-SN, Fasubra e Sinasefe, durante a Caravana da Educação Federal.

Terminada a ocupação do Mpog, Fasubra e Sinasefe se juntaram à Marcha, que seguiu em direção ao acampamento da Fasubra, na no gramado central da Esplanada em frente ao Museu da República, onde o ato foi encerrado.

Plenária dos SPF
Às 15 horas, os trabalhadores das entidades do Fórum dos SPF se reuniram em plenária, na tenda do acampamento da Fasubra, para avaliar o ato e tirar encaminhamentos para as próximas ações.

Os dirigentes nacionais e representantes das entidades de base fizeram relatos de como está a mobilização em suas bases e várias falas apontaram a necessidade de intensificação e unidade da luta.

Foi aprovado incorporar no calendário dos servidores federais mobilizações nos estados nos dias 15 de maio, Dia Internacional de Luta Contra as Remoções promovidas pela Copa do Mundo, e 12 de junho – data do primeiro jogo do campeonato mundial de futebol. Uma nova reunião do Fórum dos SPF foi agendada para 20 de maio, em Brasília.

Veja a pauta de revindicações dos servidores federais:

Uma política salarial permanente; paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; definição de data-base (1º de maio); regulamentação da negociação coletiva; diretrizes de plano de carreira; retirada de projetos no Congresso Nacional que prejudicam os trabalhadores públicos; cumprimento por parte do governo de acordos e protocolos de intenções firmados em processos de negociação, bem como a antecipação da parcela de reajuste prevista para janeiro de 2015 e o reajuste em benefícios. Além dessas reivindicações, os servidores públicos seguem lutando pela revogação da lei que criou a Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) e em defesa da Previdência Pública para todos.

 

CSP-Conlutas promove seminário estadual em Salvador

A Central Sindical e Popular – Conlutas vai realizar nos próximos dias 25 e 26 de Abril  um Seminário Estadual em Salvador. A atividade vai ocorrer no Campus I da UNEB, vai discutir os encaminhamentos do Encontro Nacional do Espaço de Unidade de Ação, o cenário das lutas dos trabalhadores na Bahia e a construção de um calendário de lutas para o próximo período. A ADUSC vai participar do evento e convida os demais interessados a indicarem seus nomes até a próxima quinta-feira  (24). Confira abaixo a programação:

25/04 – Sexta-Feira (19hs) – Auditório do DCET – UNEB Salvador: Mesa “A conjuntura Nacional e Estadual e os Desafios para a CSP-CONLUTAS Bahia”

 – Composição:

– Sebastião Carlos “Cacau” da Secretaria Executiva Nacional da CSP-C0NLUTAS

– Fórum das ADs

– Professor Eurelino Coelho – UEFS – (A confirmar)

 

26/04 – Sábado (9hs) – Auditório do DCET: Mesa: “A organização da CSP-CONLUTAS Bahia frente as necessidades da reorganização”

 

– Composição:

– Sebastião Carlos “Cacau” da Coordenação Executiva Nacional da CSP-C0NLUTAS

Henrique Saldanha – Oposição APUB (Responsável na SEE pela tarefa de organização da central)

 

26/04 – Sábado (14hs) – Auditório do DCET: Reunião da Coordenação Estadual da CSP-CONLUTAS Bahia

Pautas:

– Informes;

– Aprovação dos encaminhamentos do seminário;

– Prestação de contas 2013;

– O que ocorrer;

 

26/04 – Sábado (14hs) – Auditório da ADUNEB: Assembleia Estadual da ANEL Bahia

 

Trabalhadores do serviço público preparam marcha a Brasília em 7 de maio

O Fórum Nacional do Funcionalismo Público Federal se reuniu nesta sexta-feira (11) e aprovou os próximos passos da luta da campanha salarial dos servidores. A principal atividade será uma marcha em Brasília no dia 7 de maio, com concentração às 9h na Catedral. No mesmo dia, à tarde, será realizada uma Plenária Nacional dos SPF com local ainda a definir.

Outra importante ação será no dia 12 de março com a participação e preparação das atividades do Dia Nacional de Lutas aprovado no Encontro Nacional do Espaço Unidade de Ação, realizado em São Paulo no dia 22 de março.

Servidores mobilizados

Diversos segmentos do funcionalismo realizaram na semana passada ações e prometem mais mobilização para todo o mês de abril.

Os servidores do judiciário federal de São Paulo realizaram uma paralisação de 24 horas da na quinta-feira (10).  Os judiciários de Alagoas também pararam as atividades neste dia. No Maranhão a categoria fez paralisação de duas horas.

O Andes-SN se reuniu com representações da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) e apresentou os pontos específicos da pauta da categoria.

Está marcada para o dia 21 de abril a greve dos professores e técnicos administrativos organizados pelo Sinasefe.

Fasubra em greve

Os técnicos administrativos da Fasubra já estão em greve há quase um mês e fortalecem a Campanha Salarial. A paralisação cresce a cada dia e conta com adesão de quase 90% dos servidores.  Como parte das atividades que integram o Fórum, a categoria irá levar caravanas a Brasília nos dias 6 e 7 de maio.

A CSP-Conlutas diversas entidades do funcionalismo público federal está dando todo apoio para a greve e aprovou uma moção de solidariedade à luta da categoria. (confira aqui)

Fonte: CSP-Conlutas

Encontros de Março organizam as lutas dos trabalhadores

Começa nesta sexta-feira (21) uma série de atividades organizadas  pela CSP-Conlutas, dentre outras entidades nacionais, afim de fortalecer as lutas em curso e as que virão, além de preparar um calendário unificado de lutas em bandeiras para  período que se segue.

Para a sexta-feira estão agendadas a VIII Assembleia Nacional da ANEL e a reunião de Coordenação Nacional da Central. No sábado (22) acontece  o encontro  do “Espaço de Unidade de Ação”,  inicialmente pela CSP-Conlutas, A CUT Pode Mais-RS, a Feraesp e o setor majoritário da Condsef, mas que já somam diversas outras entidades (veja aqui a convocatória).  Finalizando as atividades, o domingo (23) será marcado pelo encontro da secretaria de negros e negras da CSP-Conlutas.

Saiba mais sobre as atividade no site da CSP-Conlutas.

 

 

Militante da CSP-Conlutas e seu filho de 10 anos são mortos em PE

Sandra era militante e dirigente do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (SIMPERE);  o assassino é o companheiro da vítima   Na madruga desta segunda-feira (17), a dirigente do SIMPERE, sindicato filiado à Central, Sandra Fernandes, foi vítima fatal da violência e do machismo. Seu namorado, Marco Aurélio da Silva, é o assassino que matou a militante e seu filho Cauã, de apenas 10 anos de idade.

A companheira que sempre somou em debates sobre machismo e opressão contra as mulheres, sobretudo na organização do Movimento Mulheres em Luta (MML), infelizmente se tornou mais uma vítima desta violência que mata todos os dias.

O MML expressa sua indignação em nota oficial e a CSP-Conlutas também presta solidariedade a família, aos colegas e aos companheiros de luta de Sandra Fernandes e de seu filho, Cauã, de apenas 10 anos.

Leia abaixo a nota do Movimento Mulheres em Luta:  

É com extremo pesar que viemos informar que a companheira Sandra Fernandes foi assassinada, junto com seu filho Cauã, de 10 anos,  na madrugada dessa segunda feira, dia 17 de fevereiro. Sandra era professora da rede municipal de Recife.

O namorado de Sandra confessou o crime e já está preso. Mais um triste fato que demonstra as consequências do machismo e da violência na vida das mulheres. Sandra levou nove facadas e Cauã 11.

Sandra militava há 10 anos no PSTU e era dirigente do SIMPERE, Sindicato filiado à CSP Conlutas, que representa sua categoria. Sandra era também militante e construtora do Movimento Mulheres em Luta, e o debate e a luta contra o machismo era parte central de sua história de militância.

Sabemos que a violência machista mata 15 mulheres por dia e que a violência física é a expressão mais bruta e individualizada da ideia de dominação do homem sobre a mulher. Sandra se soma a essa triste estatística, o que não deixar de indignar e entristecer os companheiros e companheiras que militaram ombro a ombro com a companheira.

Soma-se à tristeza da perda, a raiva e a indignação que esses casos geram. Até quando mais mulheres vão morrer em situações bárbaras como essas?

Sandra militava para destruir o capitalismo, o principal responsável por essas barbaridades que todos os dias entristecem e indignam milhares de mulheres, parente, amigos, companheiros, etc.

O capitalismo se apropria da ideologia machista para superexplorar as mulheres trabalhadoras e para sustentar essa ideologia desenvolve outras, vinculadas a essa, como a de que as mulheres são propriedade dos homens e que devem estar sujeitas aos mecanismos da violência física, para que a vontade do homem prevaleça.

  A opressão machista sujeita todas as mulheres, inclusive aquelas que lutam contra o machismo. Não é verdade que o fato de ser consciente de sua condição de oprimida tira a possibilidade de viver situações de machismo, porque essa ideologia é a ideologia dominante na sociedade e perpassa a vida das mulheres em todos os seus aspectos.

O assassinato de Sandra nos entristece profundamente e queremos manifestar o carinho sincero com seus companheiros e companheiras de Recife, os que militam no PSTU, os companheiros e companheiras do SIMPERE e as companheiras do MML.

Precisamos transformar a tristeza em raiva contra o machismo e em motor para seguir a luta que Sandra tanto construiu, contra o machismo, a exploração e por uma sociedade realmente sem violência, uma sociedade socialista.

  A morte de Sandra não mostra fraqueza dela, nem das mulheres, nem dos seus instrumentos de luta. Mostra força das ideologias que sustentam esse tipo de conduta bárbara, doentia e agressiva de seu então namorado. E precisamos mostrar que a luta de Sandra nunca foi, nem nunca será em vão.

Neste momento de dor, prestamos toda solidariedade à família, parceiros, amigos. Mas também colocamos toda nossa força política a serviço de lutar por um mundo em que não precisemos mais passar pelo sofrimento que estamos passando agora.

Cauã, presente!

Companheira Sandra, presente!

Fonte: CSP – Conlutas

Primeiro dia de Encontro de Trabalhadores Rurais do Nordeste se encerra com balanço positivo

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O primeiro dia do Encontro Interestadual de Agricultores Familiares e Assalariados Rurais do Nordeste acabou ao som de sanfona, triangulo e zabumba. Com muito forró no pé esse povo nordestino recarrega as forças pra continuar amanhã as discussões sobre a organização dos trabalhadores rurais da região.   “O primeiro dia foi muito positivo. Discutimos tanto o papel do Governo Dilma e dos governos estaduais que tomam posição pelo agronegócio como as formas que tem os trabalhadores rurais para se organizar e lutar contra o latifúndio e os ataques do governo”, relatou Zé Maria, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.  

Foram cerca de 200 agricultores familiares e assalariados rurais, de 8 estados e 63 cidades do Nordeste Brasileiro que participaram do primeiro dia do encontro e fizeram do evento um sucesso. “Amanhã, nos grupos de trabalho, vamos nos preparar para que quando cada companheiro voltar para a sua base possa levar consigo a determinação de mudar a realidade desse povo sofrido que planta no nosso Nordeste e muitas ferramentas para usar não no roçado, mas no terreno do enfrentamento e das lutas contra o agronegócio e o governo”, opinou Paulo Gico, Presidente da FAFER/SE e membro da direção da CONAFER e CSP Conlutas.   Amanhã o dia começa com os grupos de trabalho que serão divididos por estados. Cada grupo de trabalho vai discutir a situação em que se encontram as suas categorias, as campanhas de lutas que deveremos tocar e as medidas

Fonte: CSP-Conlutas

Governo amplia gastos com a dívida pública e diminui investimento com funcionalismo

A Auditoria Cidadã da Dívida divulgou, nesta segunda-feira (3), em suas notícias comentadas, a mensagem enviada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional de que o governo não medirá esforços para “manter seu compromisso com a responsabilidade fiscal”.

Outro trecho da mensagem presidencial abordado pela Auditoria Cidadã: “É importante destacar que a necessidade de financiamento da Previdência Social caiu de 1,3% do PIB em 2009 para 1% em 2013; as despesas com pessoal, de 4,7% para 4,2% do PIB, no mesmo período. Esse esforço não seria concretizado sem a parceria do Congresso Nacional.”

De acordo com a entidade, essas declarações mostram, cada vez mais, que o governo deixa de investir no funcionalismo público, ou seja, nas pessoas  responsáveis pelo atendimento à população, para pagar os juros da dívida, cujo dinheiro vai para os grandes investidores e  banqueiros.

Outro fato levantado pela Auditoria Cidadã é de que existe pressão do Poder Executivo para que o Legislativo não aprove nenhum projeto que implique no aumento de gastos sociais, tais como o piso salarial dos agentes de saúde, dos policiais estaduais, o fim do Fator Previdenciário, entre outros.

Entretanto, de acordo com a entidade, não é pautado pelos parlamentares os gastos com o pagamento da dívida, que consomem a maior parcela do Orçamento Geral da União. “Em 2013, os gastos com a dívida atingiram R$ 718 bilhões, ou seja, mais que o triplo dos R$ 220 bilhões gastos com pessoal, de todas as carreiras e poderes, ativos, aposentados e pensionistas. Os gastos com a dívida, que beneficiam principalmente poucos e grandes bancos e investidores, foram muito maiores que os gastos com a Previdência (R$ 430 bilhões), que beneficiam dezenas de milhões de pessoas, incluindo-se os servidores públicos aposentados e pensionistas”, compara a entidade.

Orçamento Geral da União (Executado em 2013) – Total = R$ 1,783 trilhão

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Fonte: Senado Federal – Sistema SIGA BRASIL – Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida. Nota: Inclui o “refinanciamento” da dívida, pois o governo contabiliza neste item grande parte dos juros pagos. Não inclui os restos a pagar de 2013, pagos em 2014.

Para o dirigente da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas Saulo Arcangeli, que também é servidor público e coordenador da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU), esses dados relevam, mais do que nunca, a necessidade de os servidores públicos federais realizarem uma campanha salarial forte e unificada contra esses ataques. “O governo Dilma mantém sua política de beneficiar banqueiros e empresários.  Esta mensagem ao Congresso reafirma o compromisso e a disposição da presidente de cada vez mais reduzir os gastos com o serviço público e, por consequência, piorar o atendimento à população, enquanto reserva quase 50% do orçamento para pagamento da dívida pública (quatro vezes mais que os gastos com pessoal).”

Repasse injusto será discutido em Seminário nesta quinta-feira (6)

Como parte da Campanha Salarial dos Servidores Públicos Federais, que será lançada nacionalmente nesta quarta-feira (5), pela manhã, com um ato em frente ao Ministério do Planejamento, a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, participará de Seminário que terá como o objetivo de divulgar todas as questões  apontadas acima. A atividade será dia 6 de fevereiro de 2014, às 9h, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.

 

Fonte: CSP – Conlutas

CSP-Conlutas pede atuação do MTE sobre denúncias de trabalho escravo em SP

Em audiência realizada nesta quarta-feira (28), representante dos operários resgatados pela CSP-Conlutas relatou as condições vividas pelo grupo na obra e no alojamento, e problemas como atrasos no pagamento, retenção da carteira, e ameaças de morte

Após denúncia e solicitação ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) feita pela CSP-Conlutas sobre o caso dos seis operários piauienses resgatados pela Central, que estavam vivendo sob condições de trabalho análogas à escravidão em São Paulo, a entidade participou, na manhã desta quarta-feira (29), de uma audiência com o secretário de Relações de Trabalho do MTE, Manuel Messias Melo, em Brasília.

A reunião contou com a presença do 1º vice-presidente da Regional Norte 2 do ANDES-SN, José Queiroz Carneiro, que representou a CSP-Conlutas na ocasião, e de um dos operários resgatados, que fez um relato sobre as condições em que o grupo estava vivendo durante o tempo em que trabalharam para a empreiteira Netão de Construções Ltda e as ameaças que os trabalhadores sofreram. O secretário de Inspeção do Trabalho do MTE, Paulo Sérgio de Almeida, e a auditora Fabíola Oliveira, encarregada das questões relacionadas ao trabalho escravo, também participaram da audiência.

De acordo com Carneiro, Manuel Messias afirmou que o caso é de responsabilidade da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, e deve ser encaminhado para que as providências sejam tomadas por esta instância do MTE. “Após pressionarmos o Ministério, o secretário se comprometeu em fazer uma articulação com o Medeiros [superintendente Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo] para agilizar a reunião com as empresas envolvidas para resolver o problema dos seis trabalhadores, que foram resgatados no dia 19, e dos outros que ainda estão sob esta situação, mas orientou a CSP-Conlutas a também pressionar a Superintendência”, explica o diretor do ANDES-SN.

Os operários, que permanecem provisoriamente em São Paulo e recebem o apoio da CSP-Conlutas e do Sindicato dos Metroviários de SP, aguardam, desde 20 de janeiro – data em que a CSP-Conlutas protocolou denúncia diretamente no Gabinete do superintendente da SRT-SP, Luiz Antônio de Medeiros – a realização de uma “mesa redonda” para tentar solucionar o problema. Entretanto, ainda não houve nenhum agendamento.

O operário Antônio José da Silva, que esteve presente na audiência desta quarta-feira (29), afirma que uma primeira denúncia já havia sido feita ao MTE, em São Paulo, no dia 12 de janeiro. “Apesar da denúncia, nada foi feito, e não teve nenhuma fiscalização. Achei que eles iriam à obra para ver as irregularidades, mas o processo não andou em São Paulo. Não foram nem no alojamento e nem na obra. Passamos a ser ameaçados de morte pelo dono da empreiteira, que soube da denúncia que fizemos e, por medo, paramos de trabalhar no dia 16”, relata.

“O Ministério afirmou que não pode configurar a condição de trabalho escravo porque não houve fiscalização pela Superintendência em São Paulo. Eles admitiram que houve falha, e que esta situação faz com que as fiscalizações passem a ser realizadas neste e em outros locais”, acrescenta o diretor do ANDES-SN.

Segundo Silva, no dia 17 de janeiro, eles foram resgatados por representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e pela CSP-Conlutas, e passaram a ficar em um alojamento cedido pelo Sindicato. O operário acrescenta que, além dos seis colegas que foram resgatados, outros seis passaram pela mesma condição, e ainda há denúncias de que outros trabalhadores, que deixaram a empreiteira em dezembro de 2013, ainda estão com a carteira de trabalho retida, situação vivida atualmente por Silva.

Atrasos no pagamento dos salários e desrespeito aos direitos trabalhistas, as péssimas condições de trabalho a que estavam sendo submetidos em uma obra em Poá, na Grande São Paulo, além das constantes ameaças de morte recebidas após o dono da empreiteira ter conhecimento da denúncia feita no MTE, fez com que os operários procurassem a CSP-Conlutas para pedir ajuda. As empresas denunciadas são: Empreiteira Netão de Construções LTDA e Construtora e Incorporadora Fareinos.

Os operários relatam que o empregador os obrigava a cavar horas a fio sob o sol quente em buracos de quase dois metros de profundidade, sem os equipamentos de proteção necessários. Os trabalhadores reclamaram ainda da falta de uniforme de trabalho, de estrutura no alojamento.

“Espero que as coisas se acelerem e que eles recebam seus direitos e indenizações, possam retornar para as suas famílias, recompor as forças e encarar novamente os desafios da vida. Mas também espero que haja punição direta às empresas e atravessadores responsáveis por este crime”, disse Atnágoras Lopes, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, às vésperas da audiência.

Entre sonhos e ameaças
Antônio José da Silva, casado e pai de uma criança de quatro anos, decidiu sair da cidade de Barras, no Piauí, após saber de uma proposta de emprego em São Paulo. Depois de dois dias de viagem, um grupo de trabalhadores chegou à cidade no dia 8 de setembro de 2013. Dois dias depois, o operário começou a trabalhar em uma obra em Poá, com outras 120 pessoas. Já no segundo mês, os problemas começaram. Atrasos no pagamento e falta de informação por parte do empregador, espaço inadequado para alimentação e falta de estrutura e equipamentos que garantissem a segurança integral dos operários. “Na obra, além das filas enormes, a comida ficava misturada no meio da obra, com muita sujeira e restos de comida no chão, além de muita lama. No alojamento, tínhamos que percorrer dois quilômetros para almoçar e jantar, para chegar ao restaurante que arrumaram. Não tinha comida no alojamento, só água”, conta.

E depois de dois meses sem receber, dezembro e janeiro, o grupo resolveu fazer a primeira denúncia, no dia 12 de janeiro. “Assim que soube da denúncia, o dono da empresa passou a nos ameaçar de morte, dizendo que ia dar um tiro na nossa cara. ‘Como vocês querem acertar: na bala ou na briga’, dizia ele”, relata Antônio. O operário afirma ainda que outro grupo, que começou a trabalhar em depois, recebeu apenas R$ 150 “para não ficar sem dinheiro nas festas do fim do ano”. Após serem ameaçados por pelo menos três vezes, os seis operários decidiram pedir ajuda para a CSP-Conlutas.

Antônio conta que só continua em São Paulo até a situação ser resolvida com a empresa, e espera um acordo. Ele quer receber os salários atrasados, e os direitos que possui e não foram pagos. Depois, afirma que “vai passar um tempo sem ir a São Paulo”. “Quero voltar para casa e ir atrás de outro emprego”. Esperançoso, o operário já faz planos: pensa em buscar uma boa oportunidade em Recife, após conversa com um amigo.

Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo
A audiência foi realizada dois dias depois do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado em 28 de janeiro. Pelo país, atos e debates realizados por entidades públicas e organizações da sociedade civil marcaram a data, com o objetivo de chamar a atenção para o problema e exigir a erradicação desta forma degradante de trabalho.

A data de 28 de janeiro foi oficializada como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em homenagem aos auditores fiscais do trabalho Nélson José da Silva, João Batista Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, além do motorista Aílton Pereira de Oliveira, que foram brutalmente assassinados nessa data, em 2004, durante fiscalização na zona rural de Unaí (MG), a mando de fazendeiros que haviam sido autuados por usarem trabalho escravo.

Em Brasília, um ato público em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) lembrou o décimo aniversário desse episódio, que ficou conhecido como a “Chacina de Unaí”, exigindo celeridade no julgamento dos envolvidos no crime.

Situação comum
Em outubro de 2013, a CSP-Conlutas resgatou 37 trabalhadores em condição suspeita à de escravidão em um alojamento no Riacho Fundo 2, no Distrito Federal. Alojados em condições precárias e com a carteira de trabalho retida, o grupo era submetido a jornadas de trabalho de cerca de 15 horas diárias.

* Com informações da CSP-Conlutas e Instituto Ethos

* Imagem: extraída do site Instituto Ethos

Fonte: ANDES-SN

 

CSP-Conlutas promove 1° Encontro Nacional de Negras e Negros em março

A segunda reunião de organização do 1° Encontro Nacional de Negras e Negros da CSP-Conlutas, no último dia 7, definiu importantes iniciativas para preparar esta atividade, que será realizada na Quadra dos Metroviários nos dias 22 e 23 de março, em São Paulo.

De acordo com as entidades envolvidas na preparação do evento, o encontro tem como objetivo “fortalecer o setorial de negras (os) da Central no debate da questão racial, para que possa responder à altura as demandas que o processo da copa e os ataques realizados pelos governos, a classe trabalhadora e ao povo negro. As lutas que se sucederam pós junho, colocaram na ordem do dia a importância das pautas raciais, a repercussão do tema do Amarildo foi uma demonstração muito forte disto”.

Uma das orientações da comissão organizativa é que as entidades busquem articular ações que promovam o encontro, nas atividades realizadas pelos sindicatos, entre as quais, assembleias, reuniões de diretoria, seminários e congressos.

Entre 1º e 28 de fevereiro, estão sendo convocados pré-encontros nos estados, para que as entidades possam aprofundar o debate em suas regiões e levem as discussões para o encontro nacional. Neste sentido, é importante que as entidades filiadas à Central priorizem a realização desta atividade, levando o debate para a base dos sindicatos, já que muitos desafios estão postos. “Aliada às demandas externas a Central como a questão da violência, da Copa e dos povos originários. A conjuntura que está dada este ano demonstra que teremos um ano de grandes enfrentamentos. A prioridade do governo será garantir a realização da copa, e com isto vem junto o aumento da criminalização da pobreza, da violência e do aprofundamento das perdas da classe trabalhadora”, afirma o relatório da comissão organizativa.

Os critérios de participação ao encontro ainda estão sendo definidos, entretanto, o prazo para inscrição já foi estipulado e será entre 24 de fevereiro e 10 de março. Alguns materiais como cartaz, folder, blog já começaram a ser elaborados e servirão de apoio para que as entidades divulguem o encontro.

 

* Com edição do ANDES-SN

 

Fonte: CSP-Conlutas