CSP-CONLUTAS |Coordenação aprova campanhas e mobilizações para próximo período. Confira Resolução Política

 

A reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, realizada no último final de semana, em São Paulo, aprovou resolução política unitária pelas entidades que compõem a instância, em que aponta políticas estratégicas, como a reafirmação da defesa do socialismo e políticas imediatas como a campanha contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e a luta contra as privatizações de Temer.

 

“A intervenção militar no Rio de Janeiro é um grave ataque aos direitos democráticos da população promovido pelo governo. As ações desenvolvidas até então pelo Exército se concentram nas favelas e comunidades pobres, utilizando inclusive métodos e mecanismos ilegais, a exemplo do fichamento massivo de moradores, revistas vexatórias em crianças nas portas das escolas e a ameaça de mandato coletivo de busca e apreensão, que daria carta branca para o exército invadir e revistar casas”, afirma o documento.

 

 

A CSP-Conlutas conclama ampla unidade de ação para lutar contra a intervenção no Rio.

 

A resolução avalia ainda a importância das mobilizações pelo mundo do 8 de março para a luta das mulheres e dos trabalhadores em todo o mundo; aponta o aprofundamento da crise econômica no Brasil e avança em propostas de luta para os trabalhadores contra as privatizações anunciadas pelo governo Temer, em defesa de direitos e contra a criminalização dos pobres e das lutas.

 

A manhã de domingo (11) da reunião da Coordenação Nacional foi dedicada à votação da resolução política, resoluções dos setoriais e moções.

 

Resoluções de Setoriais

As propostas de resoluções dos setoriais foram elaboradas em reuniões na tarde de sábado para aprovação na manhã de domingo pela Coordenação Nacional.

Setorial de Educação

 

O Setorial de Saúde, com um tempo maior para apresentação, convocou o 3º Seminário Nacional de Saúde do Trabalhador, que acontecerá em Duque de Caxias (RJ), de 23 a 25 de agosto, e cujas inscrições já estão abertas. O encontro discutirá as consequências das Reformas Trabalhista, da Previdência e da terceirização na saúde do trabalhador, assédio moral, doenças no mundo do trabalho, experiências de Cipas combativas (Comissões Internas de Prevenção a Acidentes de Trabalho), entre outros temas.

 

Apresentação do Setorial de Saúde

 

Além da Saúde, também foram apresentados e tiveram os relatórios aprovados os setoriais de Transporte, LGBT, Internacional, Trabalhadores dos Correios, Negros e Negras, Serviço Público, Educação e o GT de Comunicação.

 

A reunião foi encerrada com a aprovação de diversas moções que serão publicadas na terça-feira (13).

 

Prestação de contas do Conselho Fiscal

A reunião da Coordenação também aprovou as contas de 2018 da CSP-Conlutas a partir do novo Conselho Fiscal aprovado no 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, realizado em outubro de 2017.

 

Conselho Fiscal

 

 

Coordenação rica em debates 

Acesse as matérias da Coordenação nacional:

 

Sexta-feira –  Debate de conjuntura abre Coordenação Nacional e discute temas como Reforma da Previdência, intervenção no RJ e rumo das lutas dos trabalhadores

 

Debate sobre conjuntura produziu resolução política

 

SábadoDefesa de uma concepção classista e socialista para a luta das mulheres marca o segundo dia da Coordenação Nacional

 

Mesa permitiu rico debate sobre mulher trabalhadora

 

Saudações

Esta Coordenação Nacional recebeu saudações importantes no campo de luta dos trabalhadores. A pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU, Vera Lúcia e seu vice, Hertz Dias, e o pré-candidato que disputou a indicação para a candidatura à presidência pelo PSOL Hamilton Assis.

 

Hertz Dias e Vera Lúcia, do PSTU

 

 

Hamilton Assis, do PSOL

 

RESOLUÇÃO POLÍTICA PODE SER LIDA ABAIXO:

 

A Coordenação Nacional acontece sob o impacto das grandes mobilizações que ocorreram neste último 8 de março em 170 países, com destaque para o Estado Espanhol e a Argentina. Foram greves, manifestações e ocupações que demonstraram a força da greve internacional de mulheres, da qual participamos e apoiamos através da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta.

 

A crise econômica continua atingindo fortemente os trabalhadores e o povo pobre. Apesar de toda campanha alardeada pelo governo de que a situação econômica está melhorando, com um pequeno aumento do PIB de 1% (produto interno bruto), na prática, a situação é outra. O desemprego continua alto chegando a atingir 26 milhões de pessoas, a indústria patina, os estados continuam com o calote aos salários e os serviços públicos seguem a cada dia mais sucateados.

 

O governo Temer foi obrigado a recuar da Reforma da Previdência, retirando o projeto de pauta. Apesar de toda campanha milionária nos meios de comunicação, das barganhas e negociatas no Congresso Nacional, não conseguiu os votos suficientes para aprovar esta nefasta reforma. Esta foi uma vitória do movimento, da Greve Geral de 28 de abril, da Ocupação de Brasília em 24 de maio e da mobilização dos trabalhadores durante todo o segundo semestre de 2017, mesmo diante do papel representado pela cúpula das grandes centrais ao frear a mobilização desde 30 de junho e recuar na última hora da construção da segunda greve geral em 5 de dezembro. Nossa Central cumpriu importante papel nesses processos, impulsionando pela base das categorias a mobilização, construindo a unidade de ação e denunciando as vacilações das cúpulas das grandes centrais.

 

Impedido de fazer a Reforma da Previdência, o governo lança mão de outro pacote de maldades com privatizações (Eletrobrás, Casa da Moeda etc.) e ataques ao funcionalismo público federal e nos estados. Também decreta a intervenção militar no Rio de Janeiro, tentando mudar o foco para encobrir a derrota da Reforma da Previdência e tentar algum apoio popular, frente ao caos da violência nas grandes cidades.

 

Existe uma série de mobilizações ocorrendo no país: diversas ocupações estão sendo feitas para garantir moradia; no campo crescem as ocupações na luta pela reforma agrária; campanhas salariais de várias categorias se aproximam; e os trabalhadores e trabalhadoras estão lutando contra a aplicação da Reforma Trabalhista através de convenções coletivas que garantam os direitos conquistados.

 

Também estão em luta os funcionários públicos nos estados e municípios contra o pacote de ajuste dos governos estaduais e municipais. Os servidores públicos federais estão em processo de mobilização e discutem no Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) a possibilidade de uma greve unificada a partir de maio. Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios preparam uma greve nacional agora em março contra as mudanças no plano de saúde e o desmonte e privatização da ECT.

 

Nos bairros e periferias ocorrem vários protestos contra a violência e o abuso das forças policiais, que afligem principalmente a população negra. Também entra em cena o movimento negro que prepara uma série de atividades no mês de maio, quando se completam 130 anos da abolição da escravidão, denunciando o racismo, ainda bastante arraigado na sociedade, que impõe uma situação de precariedade e superexploração aos negros e negras, e exigindo também uma política de reparações.

 

A nossa tarefa é impulsionar e trabalhar para a unificação de todas as lutas.

 

Frente a esta situação, a Coordenação Nacional da CSP-Conlutas resolve:

 

  • Desenvolver uma campanha contra o ajuste fiscal nos estados, as privatizações e a venda da Embraer para Boeing. Pela reestatização das empresas privatizadas e pela anulação dos leilões dos campos de petróleo, em defesa de uma Petrobras 100% estatal.
  • Fortalecer as campanhas salariais do primeiro semestre e a luta contra a aplicação da Reforma Trabalhista e pela sua revogação.
  • Organizar um 1º de Maio classista, de luta e independente dos governos e dos patrões.
  • Apoiar todas as lutas populares, ocupações e greves por moradia, reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras!

 

A intervenção militar no Rio de Janeiro, uma política de guerra aos pobres

 

A intervenção militar no Rio de Janeiro, promovida pelo governo, constitui um grave ataque aos direitos democráticos da população. As ações, desenvolvidas até então pelo Exército, se concentram nas favelas e comunidades pobres, utilizando inclusive métodos e mecanismos ilegais, a exemplo do fichamento massivo de moradores, revistas vexatórias em crianças nas portas das escolas e a ameaça de mandato coletivo de busca e apreensão, que daria carta branca para o exército invadir e revistar casas. As declarações do general interventor, Braga Netto, de que é preciso evitar uma nova Comissão da Verdade, pedindo salvaguarda para as ações dos soldados, é sintomático sobre o modo de atuação do exército e a ameaça que representa às liberdades democráticas.

 

Preocupado em manter sua quadrilha e evitar a prisão após o fim do mandato, Temer tenta ganhar alguns pontos de popularidade, buscando utilizar a aflição da população por segurança pública. Isso, tendo em vista o alto grau de desmoralização em que se encontra o seu governo.

 

Temer também busca responder à crise social e de segurança pública existente no estado. O Rio de Janeiro está quebrado e em situação de calamidade pública, fato reconhecido pelo governo federal. Também está instituído um quadro de desgoverno, que levou a prisão de três ex-governadores e ameaça a permanência de Pezão a frente do estado. O governo estadual perdeu o controle das forças policiais e a burguesia teme uma rebelião social. Por isso, lançaram mão da intervenção federal. Essa intervenção merece o repúdio do movimento sindical e popular, pois amplia o uso da repressão contra a população pobre e negra e aumenta a criminalização das lutas sociais.

 

A CSP-Conlutas chama a todos e a todas para construírem uma unidade de ação contra a intervenção militar no Rio de Janeiro. Desenvolver uma campanha nacional e internacional contra a intervenção, confeccionando materiais, cartilha, etc. Defendemos um programa de combate à violência que passe pela descriminalização das drogas, desmilitarização da PM e pelo direito de autodefesa da população.

 

  • Fora o Exército do Rio! Não à intervenção!
  • Expropriação dos bens de corruptos e corruptores! Pegar de volta o que Cabral, Picciani e Cia roubaram do estado do Rio de Janeiro. Fora Pezão!
  • Fim de todas as isenções fiscais e devolução do imposto roubado!

 

Apresentar uma saída classista e socialista para país

 

A maioria das instituições e organizações passam a defender que os grandes problemas do país sejam resolvidos pelas eleições do segundo semestre. A CSP-Conlutas acredita que somente a ação direta e a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras são capazes de garantir uma saída para a crise.

 

É tarefa da CSP-Conlutas apresentar um programa que aponte para a defesa das reivindicações imediatas e históricas da classe trabalhadora e do povo pobre e também uma saída estratégica que coloque nas mãos daqueles que produzem a riqueza o controle do país.

 

Impulsionaremos as lutas e mobilizações diretas. E apresentaremos para o debate nas nossas entidades, nos movimentos e na sociedade o programa aprovado em nosso congresso que afirma: “disputar a consciência da classe para uma saída operária e socialista à crise, mas também votar um programa de medidas antiimperialistas e anticapitalistas, bem como apresentar um plano econômico da classe, alternativo ao do governo e da patronal, que levante as seguintes bandeiras:

 

  • Fora Temer e todos os corruptos!
  • Defender emprego, salário, aposentadoria, direitos sociais e trabalhistas, moradia, educação e saúde públicas, direito às cidades e transporte público.
  • Os ricos devem pagar pela crise. Emprego para todos; redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; estabilidade no emprego; seguro-desemprego de dois anos; investimento em obras públicas necessárias, que gerem emprego e respeitem o meio ambiente; lutar pelo aumento geral dos salários; salário mínimo acima da inflação, rumo ao salário mínimo do Dieese.
  • Saneamento básico, escolas públicas, hospitais, postos de saúde e moradia popular.
  • Lutar pela suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros, realização de auditoria e proibição da remessa de lucros para o exterior.
  • Exigir a prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores, estatização, sem indenização e sob o controle dos trabalhadores das empresas envolvidas em corrupção.
  • Lutar pela estatização dos bancos sob controle dos trabalhadores.
  • Lutar pela reestatização sob controle dos trabalhadores das estatais privatizadas.
  • Lutar pela reforma urbana e fim da especulação imobiliária. Moradia: regularização de todas as ocupações.
  • Lutar pela reforma agrária radical. Nacionalização da terra e expropriação do agronegócio, sob controle dos trabalhadores.
  • Lutar contra o racismo, o machismo, a LGBTfobia, a xenofobia e todas as formas de opressão. Salário igual para trabalho igual, não à violência contra as mulheres, garantia e reais condições de aplicação da lei Maria da Penha e legalização do aborto. Não ao mito da democracia racial, regularização das terras quilombolas, fim do genocídio da juventude pobre e negra da periferia e reparação para os negros já. Criminalização da LGBTfobia e pela aprovação da lei de identidade de gênero. Defesa dos povos indígenas, contra o genocídio e pela regulamentação das reservas indígenas. Defesa dos imigrantes especialmente haitianos, bolivianos, venezuelanos e cubanos.
  • Acesso à cultura e ao lazer.
  • Lutar em defesa das liberdades democráticas. Lutar não é crime. Não à criminalização das lutas e das organizações dos trabalhadores e da juventude, abaixo a lei antiterrorismo e a lei de organização criminosa, liberdade para os presos políticos e fim dos processos contra os lutadores.
  • Lutar para por abaixo a lei de drogas de 2006, que resultam em encarceramento massivo de negros e pobres; descriminalização e legalização das drogas para acabar com o narcotráfico.
  • Autodefesa dos trabalhadores e povo pobre em cada bairro.
  • Lutar pelo fim dos convênios com o EUA para fins de “segurança pública” e “combate ao terrorismo”.
  • Não à entrega da Amazônia, em defesa dos povos da floresta. Não a extinção da Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados).
  • Contra a Reforma política.
  • Em defesa do Direito de greve.
  • Fim das polícias militares, direito de sindicalização e greve para as forças policiais e militares.
  • Os capitalistas é que devem pagar a conta da crise, pois são os responsáveis e os que se beneficiam dessa situação.
  • Por um governo socialista dos trabalhadores.

 

Professor da UFBA é intimado a depor por disciplina sobre ‘golpe’

O professor Carlos Zacarias, do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi intimado a depor, na 16ª Vara Federal na capital baiana, sobre o pedido de liminar feito pelo vereador Alexandre Aleluia (DEM), posteriormente indeferida pelo juiz federal Iran Leite. Zacarias recebeu a intimação no dia 9 de março e tem 10 dias para se manifestar. O reitor da UFBA, João Carlos Salles, também foi citado.

O docente é o responsável pela disciplina optativa “Tópicos Especiais em História – o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, ministrada por ele e mais um grupo de cerca de vinte professores, em solidariedade ao colega da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Felipe Miguel, recentemente vítima de represália do Ministério da Educação (MEC).

Luiz Felipe é idealizador do curso “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil” na UnB e tem recebido manifestações de apoio de docentes de diversas instituições do país após ameaças do MEC à autonomia universitária, liberdade acadêmica e à pluralidade pedagógica. O ministro Mendonça Filho acionou a Advocacia-Geral da União, o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal para impedir que se discuta o processo que culminou com a ascensão de Michel Temer à Presidência da República.  Mendonça quer que seja apurada suposta “improbidade administrativa”, sob o argumento de que a disciplina promove “pensamentos político-partidários” na instituição de ensino. A ação do MEC teve efeito contrário e fez o curso se multiplicar mais de 30 instituições do país.

Relevância acadêmica
Em entrevista ao programa de televisão baiano TVE Revista, Carlos Zacarias defendeu a importância do estudo do tema. Para ele, diante da ameaça a tantos direitos historicamente conquistados, é necessário debater os rumos da democracia no país e garantir a autonomia universitária – esta última prevista no artigo constitucional 207.

De acordo com Zacarias, as ciências humanas são disciplinas que se alimentam de debates intensos; a História é um campo de batalha com as narrativas em disputa.  “Um governo que assumiu de maneira tumultuada não pode cercear o direito à palavra”, disse. “Vamos continuar refletindo sobre o golpe dentro e fora da universidade; isso é fundamental”, afirmou.

O Conselho Universitário da UFBA aprovou por unanimidade nota na qual defende a liberdade de cátedra e a autonomia acadêmica, além de afirmar que a disciplina em questão “respeitou toda tramitação prevista na Universidade, desde a proposição regular no Departamento até a criação de seu código na Superintendência Acadêmica da Universidade e disponibilização para matrícula, devendo, por conseguinte, ser garantida”.

A manifestação do conselho diz ainda que “os componentes curriculares de Tópicos Especiais têm o traço de serem mutáveis, voltando-se amiúde à contemporaneidade das áreas do saber e a pesquisas em andamento. São assim característicos do ensino superior de qualidade, no qual ensino, pesquisa e extensão são indissociáveis”.

Solidariedade
O ANDES-SN e diversas seções sindiais têm manifestado solidariedade aos docentes que vêm sofrendo represália do MEC. Em moção divulgada no dia 5 de março, a diretoria do Sindicato Nacional denuncia que a autonomia universitária vem sendo atacada incessantemente pelo governo ilegítimo de Temer. “Ações coercitivas, projetos de lei com o objetivo de amordaçar a educação pública, a Reforma do Ensino Médio, os cortes em custeio e investimentos, além do incentivo ao discurso de ódio com características anticomunista, misógina, racista, machista, lgbtfóbica e antifeminista. Historicamente, os movimentos sociais sempre responderam com veemência às opressões. As universidades públicas, ao longo do tempo, se tornaram a extensão das lutas, sendo sua comunidade acadêmica parte desse processo. Em momentos de autoritarismo e retirada de direitos, os movimentos docente e estudantil foram e são expressão de resistência.”

Ainda de acordo com a nota do ANDES-SN, “a ação popular contra a disciplina na UFBA e os depoimentos do Ministro de Educação, criminalizando o(a)s docentes responsáveis por disciplinas sobre o Golpe de 2016, ferem a autonomia universitária e são uma clara tentativa de censura”.

*Com edição e inclusão de texto do ANDES-SN. Imagem: Reprodução.

 

Fonte: Aduff SSind.

Ato unificado marca início de semestre na UESC

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O primeiro semestre letivo de 2018 na UESC começou na última segunda-feira (5), e foi marcado por um café com protesto, promovido por professores, funcionários técnicos e estudantes. As atividades tiveram o objetivo de alertar à comunidade acadêmica sobre os problemas que ameaçam a universidade e a necessidade de mobilização das categorias. Restaurante Universitário (RU) de qualidade, creche, residência estudantil e uma Estatuinte transparente e democrática foram algumas das reivindicações apontadas durante o protesto.

5O “Café da Unidade na Luta” ocorreu logo no início da manhã no pórtico da universidade. Na oportunidade foram distribuídos panfletos contextualizando a luta, além das falas no carro de som. Em seguida, representantes do movimento unificado realizaram uma caminhada, com a faixa do protesto, dentro do Auditório Paulo Souto, onde ocorreu a aula inaugural. A iniciativa foi ovacionada pelas pessoas presentes no auditório.

10O pronunciamento da reitoria durante a aula também chamou atenção dos presentes. Adélia Pinheiro abordou o contexto político vivido no país, falou sobre a ameaça à democracia e à autonomia das universidades, e a crise que ameaça a qualidade do serviço prestado. A Reitora ainda alertou à comunidade sobre a necessidade de se manter “atenta e mobilizada”. O posicionamento, até então, se expressava apenas em notas conjuntas do Fórum de Reitores das Universidades Estaduais Baianas (UEBA) e da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM).

Para o presidente da ADUSC, José Luiz de França, a iniciativa cumpriu o objetivo esperado, tanto por se tratar de uma atividade conjunta entre professores, funcionários técnicos e estudantes, quanto pela mensagem passada. “A fala da reitora também vem num momento importante, ela foi eleita para representar a demanda da comunidade acadêmica, denunciar os ataques é parte disso”, ressalta França. Ele ainda destaca que o governo “Rui Corta” tem sido linha de frente na implementação da política do golpista Temer, informação ausente na fala da gestora.

A ação foi uma iniciativa da Associação de Docentes da UESC (ADUSC), Associação dos Funcionários da UESC (AFUSC), Coletivo Ponta de Lança e Comissão Provisória do Diretório Central dos Estudantes.

 

Mulheres de Itabuna e Ilhéus organizam atividades em referência ao 8 de Março

A data que marca o Dia Internacional de Luta das Mulheres, 8 de Março, impulsiona ações em torno dessa bandeira por diversas partes de mundo.

Em Itabuna está prevista a realização de um ato público, com saída a partir das 15 horas, do Jardim do “Ó”. O ato vai encerrar com um Sarau na Praça Olinto Leone. Já em Ilhéus, um “Slam” (competição de poesia) acontecerá na pista de skate, que fica na Avenida Soares Lopes, a partir das 16 horas. O evento de Ilhéus também vai contar com o “Pocket Show”, da Rapper Lunah MV, e uma sessão de microfone aberto para outras intervenções artísticas.

Mulheres na luta por democracia

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Com o tema “Mulheres na Luta por democracia”, o ato em Itabuna fará a denúncia das péssimas condições de vida imposta pelo sistema patriarcal, que determina tarefas a partir do gênero. Responsabilizar exclusivamente às mulheres por tarefas domésticas e o cuidado com os filhos é um dos exemplos. Essa lógica acaba muitas vezes impondo uma tripla jornada à mulher trabalhadora, que vê sua vida ainda mais ameaçada pelos cortes nos serviços públicos e nos direitos implementados pelo governo golpista de Temer. O ato também denunciará o julgamento político/jurídico-seletivo do ex-presidente Lula, e defenderá seu direito a uma candidatura. Saiba mais no site do evento.

Slam das Xota

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Dando ênfase ao protagonismo das mulheres através da arte, o “Slam das Xota” pretende dar voz e vez às denuncias contra a exploração e opressão. A copetição de poesia, mundialmente conhecida como “Slam”, vai acontecer pela primeira vez em Ilhéus. São 10 vagas iniciais para as mulheres que queiram competir, podendo se inscrever através da pagina Web do evento, ou no local até meia hora antes da competição. Saiba mais no site do evento.

Para diretoria da ADUSC, o protagonismo das mulheres na organização da luta em torno de suas pautas específicas é importante, mas a participação de todos é muito importante. O ANDES – Sindicato Nacional, do qual a ADUSC faz parte, aprovou, em seu último Congresso, várias medidas nesses sentido. A luta pela legalização do aborto e pelo fortalecimento de ofertas de políticas públicas de saúde direcionadas aos direitos sexuais e reprodutivos, para atender às mulheres, foi uma das principais deliberações no Congreso. O Sindicato Nacional também vai intensificar a luta contra a PEC 181/15, que inclui um substitutivo proibindo o aborto até mesmo em casos de estupro e de risco à vida da mulher. Foi definido também, nesse Congresso, que as seções sindicais, em articulação com os movimentos sociais, lutem em suas instituições de ensino para criar espaços que recebam denúncias e acolham vítimas de assédio sexual e moral, do machismo e de outras formas de opressão, assim como apurem as denúncias com transparência, entre outras deliberações.

Confira os materiais da campanha do ANDES-SN no combate ao assédio sexual

Nota do ANDES-SN – Em defesa da autonomia universitária e contra a criminalização dos (as) docentes da UFBA

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A autonomia universitária vem sendo atacada incessantemente pelo governo ilegítimo de Temer. Ações coercitivas, projetos de lei com o objetivo de amordaçar a educação pública, a Reforma do Ensino Médio, os cortes em custeio e investimentos, além do incentivo ao discurso de ódio com características anticomunista, misógina, racista, machista, lgbtfóbica e antifeminista. Historicamente os movimentos sociais sempre responderam com veemência às opressões. As universidades públicas, ao longo do tempo, se tornaram a extensão das lutas, sendo sua comunidade acadêmica parte desse processo. Em momentos de autoritarismo e retirada de direitos os movimentos docente e estudantil foram e são expressão de resistência.

Em menos de seis meses, o corpo docente da Universidade Federal da Bahia sofreu ataques de grupos políticos alinhados à direita e a movimentos de características fascistas, com a ameaça de morte a docentes do NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher), e agora com uma ação popular contra o docente Carlos Zacarias, responsável pela disciplina Tópicos Especiais de História, que terá como um dos conteúdos “o Golpe de 2016”. O proponente da ação popular afirma que estenderá sua iniciativa a UnB, origem da primeira disciplina acerca do Golpe, e a outras IES. O ANDES-SN solidariza-se com os e as docentes da UFBA, e se coloca ao lado do(a)s combativos e combativas de todas as universidades, que demonstram força e resistência ao oferecerem disciplinas para debater e analisar a conjuntura atual e os impactos das contrarreformas impostas pelo governo ilegítimo. A ação popular contra a disciplina na UFBA e os depoimentos do Ministro de Educação, criminalizando o(a)s docentes responsáveis por disciplinas sobre o Golpe de 2016, ferem a autonomia universitária e são uma clara tentativa de censura. Todo o apoio à(o)s que lutam!

Brasília, 5 de março de 2018.

 

Fonte: ANDES-SN

Militares “ficham” moradores no Rio, prática considerada ilegal por entidades de direitos humanos

Os moradores das favelas do Rio de Janeiro, após a intervenção militar no estado, estão sendo cerceados em seu direito de ir e vir. Militares realizaram uma ação de “fichamento” no dia 23 de fevereiro nas comunidades da Vila Kennedy, da Vila Aliança e da Coreia, na zona oeste.

 

 

Nesta ação, moradores eram obrigados a apresentar documentos e eram fotografados com celulares dos próprios soldados, segurando o RG ao lado do rosto, em uma prática que está sendo questionada por órgãos de direitos humanos.

 

O defensor público Daniel Lozoya, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, declarou ao jornal Estadão, que fotografar uma pessoa após apresentação do documento é ilegal e comparou tal prática aos tempos da ditadura militar.

 

“Tem de haver transparência. Para onde estão sendo mandadas essas imagens? Isto remonta a práticas antigas, da ditadura. O cidadão não é obrigado a aceitar. Mas tem medo de negar, diante de militares armados de fuzil. Se mostra a identificação civil, não tem que ser fotografado”, informou ao jornal.

 

Moradores salientaram ainda que quem não estivesse com os documentos em mãos era obrigado a voltar para casa para buscar a identificação, senão, não poderiam circular.

 

Na Vila Kennedy, moradores relataram ao jornal Estadão que muitos deixaram de ir trabalhar por se sentirem acuados pela medida. “O que esperar? O que vem depois disso? Então somos todos suspeitos? Se eu saio para comprar pão tenho que passar por isso?”, revoltou-se um rapaz, que pediu para não ser identificado. “É muita humilhação. Mas aqui é favela, eles acham que podem tudo. Quero ver fazer isso na zona sul”, lamentou.

 

A OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) também avaliou que a ação infringia a Constituição, sobretudo, no direito de ir e vir de todo cidadão.

 

A imprensa chegou a ser impedida, em um primeiro momento, de acompanhar a atuação dos militares durante parte da ação.

 

Vale salientar que essa ação não foi ampliada para os bairros ricos do Rio de Janeiro, localizados na zona sul, limitando-se apenas às favelas e levando ao constrangimento a população pobre que reside nessas localidades.

 

Outro fato que torna ainda mais nebulosa  o procedimento do Exercito é de que essa operação começa a ocorrer poucos dias após a morte do subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vila Kennedy, tenente Guilherme Lopes da Cruz, e do sargento do Exército Bruno Cazuca, ambos assassinados em tentativas de assaltos.

 

 

Para o integrante do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, Julio Condaque, há um clima de medo entre os moradores do Rio, pois estão apreensivos de haver tortura diante da atuação já desastrosa das forças militares. “Ontem houve uma reunião com  a Federação de Favelas do Rio, na Mare. O general está dizendo que não vai ocupar as favelas, mas entrou com procedimento para fichar os moradores, isso é ilegal. Há todo um processo de organização das comunidades contra essa ocupação. Essa ocupação é um ataque aos negros e aos pobres e a toda a classe trabalhadora”, disse.

 

Apesar de o exercito ter sido impedido de ocupar as favelas do Rio o processo de intimidação é forte e só se destina a parcela mais pobre da sociedade. “Se a ocupação é em todo o Rio, porque essa ação é só na favela? É a militarização da favela com o objetivo político de controlar o povo”, frisou Julio.

 

O movimento organizado nas comunidades do Rio está se articulando e traçando medidas contra a intervenção militar. “O Rio serve de laboratório dessa ação que pode se espalhar para outros estados, temos que barrar esse absurdo”, destacou o dirigente do Quilombo Raça e Classe.

 

Para ele, o povo mais pobre precisa de  políticas públicas e não do controle de suas vidas por meio da militarização dos territórios em que residem. “O problema da violência está ligado à falta de direitos como saúde e educação. Para nós é importante que o povo da favela se auto organize para barrar essa intervenção”, salientou.

 

Estão previstas manifestações no dia 8 e 21 de março no Rio de Janeiro como parte das ações contra a intervenção militar. Está prevista ainda a elaboração de uma carta à população por parte dos movimento de favelas do Rio que irá traçar políticas contra essa intervenção.

Fonte: CSP-Conlutas

Comissão eleitoral homologa chapas para a eleição da diretoria do ANDES-SN

A Comissão Eleitoral Central (CEC) homologou, na tarde desta quinta-feira (1), as duas chapas inscritas para o processo eleitoral que elegerá a diretoria do ANDES-SN, que estará a frente do Sindicato Nacional no biênio 2018/2020.  Os membros da CEC estiveram reunidos nessa quarta (28) e quinta (1) e, após análise minuciosa da documentação apresentada pelas chapas inscritas, constataram que ambas cumpriram as exigências estatutárias e regimentais.

A comissão também divulgou, através da circular 01/CEC/2018, as nominatas da Chapa 1 – ANDES Autônomo e de Luta e da Chapa 2 – Renova ANDES. Confira aqui.

 

Confira as circulares:

Circular nº 001/CEC/18 

Circular Nº 002/CEC/18 –  a data do início da computação dos votos pela CEC (Art. 40 do mesmo regimento) para o dia 14 de maio de 2018 e o prazo de recurso à Comissão Eleitoral Local (CEL), previsto no Art. 49, para o dia 14 de maio de 2018, mantendo-se inalterados os horários referidos nos artigos mencionados.

Circular 19/18 – Encaminha os seguintes documentos:

 

  • 1. Ato Nº 001 da Diretoria do ANDES-SN, gestão 2018-2020, instituindo a Comissão Eleitoral Central – 2018.
  • 2. Regimento Eleitoral das eleições para a Diretoria do ANDES-SN, gestão 2018/2020.

PROMOÇÕES, PROGRESSÕES E MUDANÇAS DE REGIME DE TRABALHO NÃO ESTÃO GARANTIDAS PARA DOCENTES DAS UEBA

O ataque aos direitos trabalhistas da categoria docente não para, inclusive quando se trata das promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho. Mais de 888 professores (as) da Uneb, Uesc, Uesb e Uefs estão na fila de espera. São 459 promoções, 227 progressões e 202 mudanças de regime. Esses foram os dados disponibilizados pelas reitorias das universidades, entre outubro de 2017 e janeiro de 2018.

A falta de compromisso do governo Rui Costa com os direitos trabalhistas impede o andamento dos processos. Além de não dar resposta sobre os números de processos travados, o Governo do Estado ainda omite a verdadeira realidade dos professores que estão na fila, como fez da matéria publicada no Portal do Servidor, ainda no início deste ano, sobre o assunto (leia mais).

Para Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, o governador Rui Costa presta um desserviço para a população baiana, a educação e aos professores. “Além de negar direitos historicamente conquistados, é revoltante que o governo divulgue dados manipulados para a sociedade. Ainda existem muitos professores na fila e isso precisa ser resolvido”, destacou Barroso.

Situação crítica

A falta de vontade política do governador Rui Costa para negociar implica no descumprimento dos direitos e na precarização das condições de trabalho. Entre os números, existem casos de mudança de regime de trabalho que já perduram há mais de três anos. Os problemas com a tramitação dos processos também ocorrem nas promoções. Além daquelas não realizadas devido à falta de vagas, docentes com vagas confirmadas têm seus direitos negados com o falso discurso da inexistência de previsão orçamentária. Os números oficiais mostram que recursos não faltam ao governo (leia mais).

Para as diretorias das ADs, o que os docentes exigem é apenas o básico, ou seja, respeito aos direitos trabalhistas assegurados no Estatuto do Magistério Superior da Bahia (LEI nº 8.352 / 2002). Ainda segundo os diretores do sindicato, o que se nota em todas as universidades é uma indignação geral com o constante desrespeito do Governo do Estado com os professores.

A luta pela garantia das promoções, progressões e mudança de regime foi um dos motivos da vitoriosa greve de 2015, de 86 dias. O ano letivo mal começou e a categoria já acumula um descontentamento com a questão semelhante ao ocorrido em de 2015. Atualmente, todas as Ueba estão com indicativo de greve aprovado. A pauta de reivindicações 2018 tem como um dos seus principais pontos justamente a luta pela garantia dos direitos citados.

Confira o documento na íntegra aqui

Leia mais sobre as perdas de direitos dos docentes

Professores, funcionários técnicos e estudantes preparam ato conjunto para marcar início do semestre letivo

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O primeiro semestre letivo de 2018 na UESC começa na próxima segunda-feira (5), e será marcado por um café da unidade na luta. A iniciativa tem como objetivo dar visibilidade à luta interna dos professores, funcionários técnicos e estudantes. Restaurante Universitário (RU) de qualidade, creche, residência e uma Estatuinte transparente e democrática, são algumas das pautas defendidas pelas categorias.

A ação é uma iniciativa da Associação de Docentes da UESC (ADUSC), Associação dos Funcionários da UESC (AFUSC), Coletivo Ponta de Lança e Comissão Provisória do Diretório Central dos Estudantes.

A nossa luta é todo dia

As reivindicações por creche, RU e residência, são pautas históricas da luta em defesa de condições de trabalho dos e das servidoras (professores e funcionários) e também da permanência estudantil. Atualmente, o Restaurante Universitário é a única das pauta parcialmente atendida na UESC. Entretanto, a estrutura não acompanhou o crescimento da universidade decorrente da criação de novos cursos de graduação e pós. As filas são enormes, as fichas subsidiadas são insuficientes, e a qualidade da alimentação questionável.

Já a creche, uma ferramenta essencial para garantir, principalmente as mulheres mães estudantes e trabalhadoras, a permanência na universidade segue sendo uma pauta desprezada pela gestão universitária. Mesmo com cursos de graduação, pós e extensão de excelência voltados para o tema da educação infantil, e várias situações de constrangimento com àquelas que levam seus filhos à universidade por necessidade. Já a residência, pauta já garantida por estudantes das demais Universidades Estaduais da Bahia (UEBAs), também não aparece no horizonte a partir dos diálogos com a gestão.

Estatuinte

O processo Estatuinte (reformulação do Estatuto) é de grande relevância para democracia e autonomia da universidade, pois é no Estatuto que estão condensadas as principais características da instituição. Sua finalidade, princípios e objetivos, a definição de sua estrutura administrativa e acadêmica desde sua base até o topo. Os direitos e deveres de seus segmentos (estudantes, técnicos e professores), e a relação com o Estado e com a sociedade de que é parte.

Diante deste cenário, professores, servidores técnicos e estudantes pretendem dar visibilidade a essas pautas, com café da manhã no pórtico da universidade. Panfletos, palavras de ordem e música, além do bate papo com as pessoas será a estratégia para fortalecer a luta e a unidade das categorias em defesa da condição de trabalho, permanência e uma universidade transparente e democrática. Participe desta luta!

Aberto prazo para envio de artigos para as edições da Universidade e Sociedade

Pela primeira vez, a revista Universidade e Sociedade do ANDES-SN terá número Especial

imp-ult-361804012A diretoria do ANDES-SN divulgou, na quarta-feira (21), o prazo para envio de artigos para as edições de nº 62 e a Especial da Revista Universidade e Sociedade (U&S). Os interessados têm até 19 de março de 2018 para encaminhar os textos para as publicações que têm como motes “A Barricada fecha a rua, mas abre o caminho: 50 anos do Maio de 68 e atualidade das lutas sociais” e “130 anos da Abolição da Escravidão no Brasil: Resistência do Povo Negro e a Luta por Reparações”, respectivamente. As edições serão lançadas durante o 63º Conad do Sindicato Nacional, em junho de 2018.

Além dos artigos temáticos, também serão aceitos artigos sobre questões da educação superior brasileira tais como: estrutura das universidades, sistemas de ensino, relação entre universidade e sociedade, política universitária, política educacional, condições de trabalho, questões de cultura, artes, ciência e tecnologia, apresentação de experiências de organização sindical de outros países, além de resenhas críticas de livros.

Erlando da Silva Rêses, 2º vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN e da comissão editorial da revista, explica que o tema escolhido para a 62º edição “A Barricada fecha a rua, mas abre o caminho: 50 anos do Maio de 68 e atualidade das lutas sociais” é pertinente à situação atual do país, com ataques às políticas sociais essenciais a população, como a Educação e Saúde, e aos direitos dos trabalhadores, além do recrudescimento do conservadorismo.

“Maio de 68 foi um período de grandes manifestações, greves, ocupações de fábricas e universidades e ganhou proporções significativas no campo revolucionário. Aqui no Brasil, esse período teve um significado político muito importante, também, pois vivíamos um período de ditadura empresarial-militar. 50 anos depois, vivemos uma situação de ataques similares e precisamos reagir com Greve Geral, ocupações, manifestações, o que o ANDES-SN tem pautado na sua unidade de ação, e se articulando com outras entidades sindicais, políticas para, de fato, combater esses ataques”, disse.

Já a escolha da temática “130 anos da Abolição da Escravidão no Brasil: Resistência do Povo Negro e a Luta por Reparações” para a edição especial da Revista U&S teve como objetivo dar visibilidade as reais condições que vivem a população negra no país, ainda mais, com a política de retirada de direitos.

“Nessa conjuntura de acirramento, a população negra tem sido mais atacada e violentada nas zonas periféricas da cidade, nos centros urbanos, e nas áreas rurais com os direitos dos quilombolas sendo atacados, por exemplo. A abolição da escravidão se constrói todos os dias. Por isso, pautamos o tema, pois é necessária a luta do Sindicato Nacional em defesa dessa parcela da população que não têm direitos. Inclusive, as cotas – que foi uma demanda antiga do povo negro -, estão ameaçadas”, ressaltou Lila Luz, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste I do ANDES-SN e também da comissão editorial da revista.

Envio de textos
Os artigos deverão ser encaminhados para o endereço eletrônico [email protected], até o dia 19 de março de 2018, obedecendo à normatização determinada pelo conselho editorial (Circular nº 34/18). A Universidade e Sociedade é uma publicação semestral, editada pelo ANDES-SN, cujo intuito é fomentar as pesquisas, debates e experiências no âmbito da pesquisa acadêmica bem como oriundas das experiências sindicais e sociais acerca de temas de relevância para as lutas empreendidas pelos docentes em busca de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, em âmbito nacional.

10 de maio de 1968
O 10 de maio de 1968 foi antecedido por uma série de greves estudantis em universidades e escolas de ensino secundário em Paris, na França. Os estudantes exigiam reformas no setor educacional. No dia 10 de maio, ocorreu a Noite das Barricadas, em que 20 mil estudantes enfrentaram a polícia nas universidades e ruas da cidade parisiense. Dias depois, a mobilização estudantil atinge o seu auge se unindo aos operários e promovendo uma das maiores Greve Gerais de trabalhadores da Europa. No Brasil, além da ascensão dos movimentos de massa, com destaque para a passeata dos 100 mil, contra a ditadura empresarial-militar e o imperialismo, houve também a edição do Ato Institucional Número Cinco (AI-5), considerado o um golpe dentro do golpe, e o Decreto 477 – o qual punia professores, estudantes e funcionários de universidades com a acusação de subversão ao regime – para conter as lutas da comunidade acadêmica e de toda a classe trabalhadora brasileira. Também foi aprovada uma reforma universitária pautada pelos interesses dos EUA, via convênio MEC/USAID, altamente danosa para a o desenvolvimento de uma verdadeira vida acadêmica livre.

130 anos de abolição
No dia 13 de maio de 1888, a escravidão foi abolida legalmente no Brasil com a assinatura da Lei Áurea. Uma conquista do movimento negro, que lutou contra o sistema escravagista e fez parte da resistência, a exemplo dos quilombos. Apesar do marco histórico, 130 anos depois, a população negra até hoje enfrenta, cotidianamente, as consequências dos quatro séculos de escravidão, com desigualdade social, a exploração, criminalização e o racismo.

Confira aqui a edição 61 da Revista Universidade e Sociedade

Imagem de Goksin Sipahioglu (Maio de 68)

 

Fonte: ANDES-SN