Trabalhadores sem-teto do MRP (DF) e camponeses do Moica (SP) filiam-se à CSP-Conlutas

Neste final de semana duas filiações importantes marcaram o fortalecimento da CSP-Conlutas e sua consolidação na organização também dos trabalhadores de ocupações no campo e na cidade.

 

No Campo

 

Na sexta-feira (25), trabalhadores rurais organizados pelo Moica (Movimento de Insurgência Camponesa) aprovaram por unanimidade a filiação da entidade à CSP-Conlutas, em assembleia realizada no Acampamento Capão das Antes, em Ribeirão Preto (SP), com a presença de 150 pessoas.

 

 

Esse movimento recém fundado há cinco meses no interior de São Paulo surgiu com o objetivo de organizar as lutas por Reforma Agrária e direitos dos trabalhadores rurais na região, e organiza atualmente cinco ocupações, nas cidades de Duartina, Boa Esperança do Sul e em São Carlos.

 

 

 

“A decisão de filiação busca avançar na aliança entre os trabalhadores do campo e da cidade, ambos com independência de classe sem conciliar com governos, patrões e latifundiários”, ressaltou o integrante do setorial do Campo da CSP-Conlutas e também advogado do movimento Waldemir Soares Junior.

 

Na cidade

 

Outra importante filiação foi formalizada, neste domingo (27), pelo MRP (Movimento de Resistência Popular do Distrito Federal). A decisão foi tomada também por unanimidade, em assembleia realizada na cidade de Ceilândia, em Brasília, na Praça da Bíblia, e reuniu cerca de 200 trabalhadores organizados nas ocupações da entidade. Na ocasião, foi feita uma apresentação da CSP-Conlutas e a defesa da filiação por Edson Francisco da Silva, dirigente do MRP.

 

“Essa filiação era para ter acontecido há muito tempo, no entanto, devido a esse processo de criminalização tivemos que adiantar. A Central, mesmo nesse período difícil, sempre esteve do nosso lado. Para o MRP, a CSP-Conlutas é a única que é à esquerda, que não tem acordo com patrões e com governo e que tem o compromisso inteiramente com os trabalhadores e o povo pobre, além disso,  tem cumprido papel magnífico à frente das lutas”, salientou Edson.

 

 

 

O MRP existe há três anos e tem realizado ocupações no Distrito Federal e enfrentado a criminalização de suas lutas. Direções do movimento foram presas e perseguidas politicamente, e seguem respondendo a processos judiciais por estarem na linha de frente das mobilizações por moradia no estado.

 

 

A CSP-Conlutas Nacional se aproximou do movimento e impulsionou uma campanha contra as prisões arbitrárias de militantes do MRP, após desocupação do Torre Palace, em Brasília (DF), feita no dia 5 junho de 2016. A Central esteve junto a esses companheiros por entender que morar é um direito, não é crime.

 

Sindical e popular

 

Essas filiações reafirmam o papel indispensável da Central na organização e no apoio dos trabalhadores do campo e da cidade para as lutas contra os governos e os patrões, por reforma agrária e urbana e contra todas as formas de opressão.

 

“Fortalecer a unidade dos de baixo, aumentar a participação dos setores populares é parte fundamental da tarefa da CSP-Conlutas. A Central vem se consolidando para se tornar uma das principais ferramentas de luta para que os mais explorados se unam na luta por seus direitos e pela construção de uma alternativa de poder em que aqueles que produzem as riquezas e possam governam”, salientou o dirigente do Luta Popular, Avana Araújo.

 

Ataques não passarão: dia nacional de lutas em 14/9, marcado pelos metalúrgicos, ganha adesão de outras categorias

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O Dia Nacional de Lutas, Protestos e Greves contra as reformas do governo Temer – marcado para o dia 14/9 por iniciativa dos sindicatos de metalúrgicos do país – começa a ganhar a adesão de outras categorias. Nesta terça-feira (22), uma reunião em São Bernardo do Campo (SP) reuniu, além de metalúrgicos, metroviários, petroleiros, trabalhadores da construção civil, têxteis e da alimentação.

 

Os sindicatos presentes aprovaram a adesão ao calendário proposto pelos metalúrgicos, que inclui além do dia 14/9, uma plenária nacional dos trabalhadores do setor da indústria no dia 29/9.  O dia 14 será um dia nacional de mobilizações, com protestos, greves e atos, contra as reformas do governo, seja a Reforma Trabalhista e a lei da terceirização, já sancionadas por Temer, como a Reforma da Previdência, que pode ser encaminhada para votação no próximo período.

 

Categorias como os metroviários, petroleiros e servidores federais já aprovaram o apoio a esta campanha e também planejam realizar mobilizações no dia 14. Os servidores públicos federais das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do Andes-SN, por exemplo, já aprovaram um dia de paralisação nesta data.

 

“É preciso barrar na prática os ataques dos patrões e do governo e Congresso corruptos. Os empresários vão querer impor a redução de direitos e os ataques, principalmente durante as campanhas salariais deste ano, e nós vamos mostrar que não vamos aceitar”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio de Barros, o Macapá.

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Unidade de ação para barrar ataques aos direitos

O “Movimento Brasil Metalúrgico” é uma iniciativa dos principais sindicatos metalúrgicos, que são ligados à CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Intersindical, CTB e UGT, que definiram uma unidade de ação a partir das campanhas salariais deste ano para impedir a redução de direitos.

 

Ao todo, são cerca de 2 milhões de metalúrgicos mobilizados em todo o país, incluindo trabalhadores de bases como São José dos Campos, São Paulo, ABC, Guarulhos, Santo André, Santos, Sorocaba, Jaguariúna, Osasco, Campinas, Limeira, São João Del Rei, Itajubá/Paraisópolis, Carlos Barbosa, Itatiba e Betim.

 

“Temos, neste segundo semestre, várias categorias importantes em campanha salarial ou, por exemplo, os servidores federais que estão sob forte ataque do governo Temer. Queremos expandir essa unidade e mobilização”, explica o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha.

 

 

“O dia 14 pode e deve se transformar numa luta de toda a classe trabalhadora que está vendo seus direitos e condições de vida sob ataque dos governos e dos patrões. Com unidade e mobilização podemos impedir a implementação da Reforma Trabalhista, a lei da terceirização e também barrar a Reforma da Previdência”, avaliou. “Defendemos, inclusive, que segue sendo fundamental construir uma nova Greve Geral para derrotar as reformas e botar para fora esse governo e Congresso de corruptos”, disse Mancha.

 

Calendário de mobilização

Na próxima semana, os metalúrgicos já darão início a um “esquenta” em preparação ao dia 14.

 

De 28 a 31 de agosto haverá agitação nas fábricas e distribuição do jornal unificado “Brasil Metalúrgico”, que convoca o Dia Nacional de Lutas, Protestos e Greves.  Além de mobilização nas fábricas, os metalúrgicos já decidiram que também haverá um ato conjunto em frente à Anfavea (associação patronal metalúrgica) no dia 14.

 

No dia 29 de setembro será realizada a Plenária Nacional dos Metalúrgicos e demais categorias do setor da indústria para discutir os próximos passos da luta.

 

Leia também: Metalúrgicos do país definem dia de greves e manifestações em 14/9 e plenária nacional no dia 29/9

 

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Fonte: CSP-Conlutas

Temer e Pezão impõem mais uma megaoperação militar contra os cariocas mais pobres

Neste dia 21 de agosto, a Força Nacional e as Forças Armadas se posicionaram e ocuparam os principais acessos das comunidades do Jacarezinho, Manguinhos, Bandeira 2, Mandela, Arará, Complexo do Alemão e no Conjunto Habitacional Morar Carioca. Todas estas localidades e bairros estão na Zona Norte da cidade.

 

 

Mais um castigo para a comunidade do Jacarezinho, que já chega ao seu décimo dia de ocupação pelas polícias civil e militar, contabilizando 15 pessoas atingidas por armas de fogo com 8 mortes. Houve duas mortes e pelo menos três pessoas baleadas ainda na noite do dia 19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), três pessoas foram baleadas e foram socorridas pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos, neste dia.

 

Entre as vítimas, Adriane Silva, de 22 anos, baleada na cabeça, segue em estado grave no Hospital Estadual Salgado Filho, no Méier. A SMS confirmou ainda que Georgina Maria Ferreira, de 50 anos, morreu na UPA de Manguinhos após ser baleada (também na cabeça) em confronto na comunidade. Outra foi ferida por estilhaços, medicada e liberada em seguida. Ainda na ocasião, um homem identificado apenas como Hugo, de 24 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chagar à UPA de Manguinhos. Hugo também foi baleado na cabeça.

 

Na véspera, cerca de 12 horas antes da ocupação dos acessos realizado pela Força Nacional e as Forças Armadas, ocorreram duas manifestações: uma organizada pelos moradores de Manguinhos exigindo o fim do genocídio que já computa um total de quase 1,3 mil pessoas. Este número de vítimas de disparos de armas de fogo nas comunidades mais pobres da cidade, ocorreu de janeiro de 2016 a março de 2017, segundo levantamento do feito pelo site UOL, através da Lei de Acesso à Informação.

 

A outra manifestação ocorreu na Praia do Recreio dos Bandeirantes, uma das áreas nobres da cidade, convocada e organizada por policiais que computam a morte de 97 agentes nos primeiros sete meses deste ano. Uma semana após o enterro do policial da Core, Bruno Guimarães Buhl, conhecido como Bruno Xingu, de 36 anos, amigos e parentes do agente foram ao posto 11 da praia do Recreio, na Zona Oeste do Rio, para protestar contra a morte de policiais no Rio de Janeiro. Esta manifestação contou com apoio de um helicóptero das forças policiais do Rio de Janeiro.

 

Genocídio contra negros e negras

O fato é que o Brasil vive a realidade de um país que assassina, de forma sistemática uma parte de sua população. Segundo dados do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, só no ano passado, 56.325 brasileiros foram vítimas de homicídio, numa média de 154 mortes por dia. O Brasil é o 7º lugar entre os países que mais matam no mundo, superando a realidade da guerra civil na Síria (149 mortes por dia), e do genocídio de Israel contra o povo palestino (66 mortos por dia). Uma em cada 10 pessoas assassinadas no mundo é brasileira.

 

 

Desde a grande ocupação realizada pelas Forças Armadas nas ruas cariocas, por ocasião da ECO92, há 25 anos, estas megaoperações militares se repetem sem produzir uma mudança de qualidade na segurança da classe trabalhadora. Muito pelo contrário. O tráfico de armas se consolidou nas últimas décadas. O comércio de drogas não diminuiu por aqui, nem em qualquer outro lugar do país ou do mundo, movimentando só no Brasil uma cifra de 15,5 bilhões de reais por ano. O consumo de drogas também não diminuiu, pelo contrário, mais que dobrou em menos de dez anos e já é quatro vezes maior que a média mundial, segundo dados do Conselho Internacional do Controle de Narcóticos, entidade ligada a ONU.

 

Da época da ECO92 até hoje,  a cidade foi palco de megaeventos como Jogos Paraolímpicos, Olimpíadas e Copa Mundial de Futebol só para citar os maiores. Contudo, não houve aumento nos investimentos em mais moradias, ampliação em obras de saneamento ou obras de prevenção de enchentes, deslizamentos ou outros fenômenos naturais que prejudicam a vida na cidade maravilhosa. Nestes 25 anos houve redução do número de escolas, postos de saúde e hospitais públicos. Houve uma política de redução do estado através das privatizações e terceirizações que, na prática reduziram os direitos, atingindo a população mais pobre. A única política pública que prosperou no Estado e em sua capital foi a da criminalização através de incursões policiais, que levam terror às comunidades e aos trabalhadores. Essas incursões ocorrem há mais de duas décadas, por meses, quase todas as semanas, sem que nenhuma melhoria tenha ocorrido.

 

Comemoração ou tristeza

Oito horas após os primeiros soldados das Forças Armadas tomarem e bloquearem a saída de trabalhadores nas sete favelas, o Comando da Megaoperação comemora seu resultado. Apesar de acusar um vazamento que alertou “os traficantes” e “meliantes”, o Comando informa que 40 pessoas foram presas, entre elas o soldado do Exército Matheus Ferreira Lopes, de 19 anos, suspeito de vazar informações da operação anterior para “traficantes”. Além disso, a polícia apreendeu até aquele momento 300 quilos de maconha, dez de cocaína, duas granadas, munições e até máquinas de caça-níquel. O material apreendido e os detidos foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho. Ainda segundo o Comando o objetivo da megaoperação conjunta teria sido prender 14 traficantes. No entanto, até o momento da Coletiva de Imprensa, feita pelos comandantes da Operação conjunta, ainda não havia informações se algum mandado de prisão expedido pela Justiça teria sido cumprido.

 

Conclusão: esta operação é criminosa. Ela gerou grandes consequências para a vida milhares de trabalhadores e da população. Os postos de atendimento da região como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos, todas as escolas e creches da região não abriram suas portas. Segundo o Jornal O Globo, cerca de 27 mil crianças deixaram ter aula. A prefeitura fechou 15 unidades escolares sem data para voltar a funcionar. As linhas de ônibus que circulavam pelo Jacaré e Jacarezinho tiveram o trajeto desviado, de modo que os trabalhadores não puderam sair de suas próprias casas.

 

O Estado nunca está presente para garantir condições básicas de vida para os trabalhadores e o povo que vivem nestas comunidades. O custo que os moradores pagam pela apreensão de 300 quilos de maconha, dez de cocaína, duas granadas, munições e máquinas de caça-níquel é muito elevado. O saldo de todos esses dias de invasão policial na favela, de sete moradores mortos e de todo o infortúnio desta megaoperação não se justificam. Entre as vítimas atingidas estão um feirante, um adolescente de treze anos, pelo menos duas mulheres, entre outros inocentes que tiveram suas vidas arrancadas por essa política absurda. Além dos mortos, há mais sete vítimas feridas que foram atingidas pelos disparos, algumas estavam dentro de suas casas ou circulando para ir ao trabalho.

 

Preparar uma alternativa

Agora, como nas experiências anteriores, o resultado é desastroso. O tráfico de armas segue garantindo o lucro dos fabricantes. Os empresários que controlam o comércio de drogas continuam lucrando. Vários parlamentares são pegos com aeronaves e fazendas com toneladas de cocaína e nada é feito contra eles. Extermina-se a juventude negra e pobre, enquanto nas fronteiras as drogas chegam ao país com ajuda de deputados e esquemas de corrupção que envolve todas as instituições dos três poderes da república. Nesse ano, por conta dessas e outras operações militares já morreram cerca de sete crianças atingidas por balas perdidas, entre elas Maria Eduarda, de 13 anos, morta dentro de sua escola, na mesma Zona Norte da capital.

 

Está na hora de dar um basta. É preciso que os trabalhadores preparem uma greve geral que pare a produção e circulação de mercadorias. É necessário superar as direções do movimento sindical e popular que tem dificultado a mobilização. Os trabalhadores podem e devem tomar em suas mãos a organização das próximas mobilizações para colocar para fora não só o prefeito da cidade, Sr. Marcelo Crivella, mas também o Sr. Luiz Fernando Pezão, governador do Estado e o Presidente Michel Temer.

 

A crise política e financeira que vivemos só poderá ser resolvida por uma alternativa que surja de nossa luta e mobilização. Uma greve geral tem o poder não só de colocar a quadrilha do PMDB, do PT e do PSDB para fora, como também acabar com a farra de todos os outros corruptos do Congresso Nacional e do Poder Judiciário.

 

Basta de violência contra os trabalhadores e o povo. Chega de genocídio contra o povo negro!

 

Pelo fim imediato do cerco militar e policial ao Jacarezinho e as demais comunidades!

 

Não à UPP! Pelo fim da Polícia Militar!

 

Abaixo esta política de segurança racista e elitista!

 

Chega de dinheiro para os banqueiros, para empresários e para as empreiteiras!

 

Suspensão imediata do pagamento da dívida pública e dos contratos fraudulentos!

 

Por um plano de obras públicas que garanta empregos e a construção de casas populares, escolas, hospitais e saneamento básico!

 

Pelo fim das isenções e revisão de todas as anistias fiscais!

 

Reestatização de toda a frota de ônibus, do trem, metrô, barcas e da CEDAE!

 

Não às demissões!

 

Estatização de todas as empresas que demitirem !

 

Confisco dos bens dos corruptos e corruptores!

 

Não aos cortes de verbas! Mais verbas para saúde e educação!

 

Romper com a lei de responsabilidade fiscal que impede o pagamento dos servidores e o investimento nas áreas sociais!

 

Redução dos altos salários dos políticos! Que os políticos recebam o mesmo que um professor!

 

Greve Geral para derrotar o ajuste fiscal!

 

 

CSP-Conlutas RJ

Após deputados barrarem investigação de Temer, governo fala em aprovar reforma da Previdência até outubro

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Buscando aproveitar o resultado favorável na Câmara dos Deputados da última quarta-feira (2), que livrou Temer da investigação sobre corrupção, o governo tenta “virar a página” e impor um discurso otimista a favor das reformas. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a Reforma da Previdência deve ser votada na Câmara e no Senado até outubro.

A declaração foi dada durante um evento do banco Goldman Sachs nesta quinta-feira (3) e revela os planos do governo Temer ainda para este ano.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), também falou sobre o assunto e disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, que vai pautar a votação da Reforma da Previdência em setembro.

 

Mais uma exigência da burguesia
A Reforma da Previdência é uma das principais exigências dos banqueiros e do empresariado, mas diante do agravamento da crise política nos últimos meses acabou ficando parada no Congresso.

A proposta (PEC 287/2016) foi aprovada no dia 3 de maio, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, por 23 votos a favor e 14 contra. O resultado foi obtido com a substituição de parlamentares contrários por apoiadores à proposta, assim como o governo fez na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para livrar Temer do processo por corrupção.

A exemplo da mudança na legislação trabalhista, que jogou os direitos na lata do lixo para garantir os lucros dos patrões, a Reforma da Previdência quer acabar com o direito à aposentadoria para garantir lucros ao mercado de previdência privada (bancos) e permitir ao governo desviar mais dinheiro público ao pagamento da Dívida Pública.

A proposta acaba com a possibilidade de o trabalhador se aposentar ao estabelecer a idade mínima para obter o benefício (65 anos para homens e 62 anos para as mulheres). Aumenta o tempo mínimo de 15 anos para 25 anos de contribuição, mas o benefício integral só viria após 40 anos de contribuição. Acaba também com a aposentadoria especial, o que irá prejudicar trabalhadores em situação insalubre, pessoas com deficiência, aposentadorias por incapacidade e trabalhadores rurais, entre outros ataques.

 

Fazendo as contas
Na votação de quarta, 263 deputados votaram pelo arquivamento do pedido da PGR (Procuradoria Geral da República). A Reforma da Previdência exige que seja aprovada em dois turnos na Câmara por 308 deputados e, posteriormente, também em duas votações no Senado, antes de ir à sanção presidencial.

As dificuldades são maiores. Não só por que a aprovação de uma PEC exige quórum maior e a Reforma da Previdência é extremamente impopular, mas também por que, segundo informações divulgadas pela imprensa, parte da base governista preferiria a aprovação de outras reformas, como a Política, de olho nas eleições de 2018.

Para o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela, os trabalhadores precisam se preparar para uma dura batalha nos próximos meses.

“Se o governo vai conseguir ou não colocar a reforma em votação vai depender do desenrolar da conjuntura e nada indica que a crise política vai ter um fim, mas já está demonstrado que os trabalhadores não podem confiar ou esperar nada deste Congresso e muito menos do governo Temer. São uma corja de bandidos que só agem para obter benefícios próprios e atender os interesses do empresariado e fazem de tudo para isso”, disse Barela.

“Fazemos um chamado às centrais. Se, de fato, estão contra Temer e a favor de derrubar as reformas, que venham construir a mobilização direta, nas ruas. É preciso manter a unidade, retomar as mobilizações e organizar uma nova Greve Geral para botar pra fora Temer, revogar as medidas já aprovadas e barrar a Reforma da Previdência”, concluiu.

Câmara vota nesta quarta (2) se autoriza investigação de Temer por corrupção. Cheiro de pizza paira no ar

A crise política terá mais um capítulo nesta quarta feira (2), com a votação na Câmara dos Deputados da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção. Os deputados irão decidir se autorizam ou não o prosseguimento da investigação.

 

 

Para que o processo siga para análise e julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) são necessários 342 votos do total de 513 deputados. Para se safar, Temer precisa de apenas 171 votos a seu favor.

 

Os deputados irão votar o parecer do relator Paulo Abi-Ackel (PSDB), da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que é favorável a Temer e indica a rejeição da denúncia. Portanto, para que Temer seja investigado, a maioria dos deputados teria que rejeitar o parecer da CCJ, que vale destacar, foi aprovado à custa de manobras e escancarada compra de votos.

 

Na última sexta-feira (28), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), declarou que votar o quanto antes a denúncia contra Temer é “a melhor opção para o país”. Disse ainda estar confiante de que o quórum necessário para a votação, 342 presenças, será atingido.

 

Cheiro de pizza no ar
É inacreditável, mas a votação contra Temer, o presidente mais impopular desde a redemocratização do país, que tem a aprovação pífia de 5% da população, tem tudo para acabar numa grande pizza nesta quarta.

Segundo placar do jornal O Estado de S.Paulo, apenas 188 deputados já declararam que irão votar a favor da denúncia contra Temer. Outros 110 já se disseram a favor do presidente corrupto e outros 215 preferiram não informar.

 

O governo diz estar confiante de que a denúncia será barrada. Analistas políticos têm dito o mesmo. A situação é absurda, mas não será surpreendente se de fato se consumar, se consideramos que é um Congresso, lotado de denunciados na Lava Jato e em outros processos judiciais, que irá julgar Temer. Vergonhosamente, a “solidariedade entre corruptos” pode prevalecer.

 

A questão é quais deputados terão a cara de pau de votar contra a investigação de Temer, diante da enxurrada de denúncias contra o presidente, provas e indícios. A denúncia apresentada pela PGR, em junho, é baseada nas delações da JBS e na gravação da conversa na qual Temer dá aval para o empresário Joesley Batista manter o pagamento de propina para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).

 

Mas, ao que tudo indica, para esse Congresso de picaretas o “crime” compensa. Além da distribuição de cargos aos partidos, Temer liberou somente em julho metade de todo o orçamento empenhado ao longo de 2017. A maior liberação desses recursos em 2017 aconteceu no mês de julho: R$ 2,1 bilhões empenhados (compromissos assumidos para pagamentos posteriores) para as emendas. As liberações acontecem enquanto o governo federal aumenta impostos e edita medidas de ataques aos trabalhadores com a justificativa de que precisa cobrir um rombo fiscal de R$ 139 bilhões.

 

Fora Temer! Fora Todos os Corruptos! Abaixo as reformas!
A votação nesta quarta-feira não vai por fim à crise política, mesmo que Temer consiga barrar a denúncia. Isso por que a PGR irá apresentar antes de setembro novas denúncias contra o presidente. Novas delações como a de Cunha e do doleiro Lúcio Funaro também prometem trazer à tona mais escândalos. Entretanto, Temer segue buscando manter o apoio que ainda lhe resta junto ao empresariado e planeja dar andamento às reformas e o próximo ataque é a Previdência.

 

A orientação da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas é que os sindicatos filiados realizem assembleias, plenárias, reuniões de comitês e outras atividades para debater e organizar a luta contra o governo, a resistência à implementação da Reforma Trabalhista e a retomada das mobilizações contra a Reforma da Previdência.

 

Neste dia 2 de agosto, as entidades devem buscar realizar um dia de lutas para exigir Fora Temer e todos os corruptos e dizer não às reformas.

 

A CSP-Conlutas faz também um chamado às centrais sindicais para que mantenham a unidade e retomem urgentemente a mobilização nas ruas para barrar a Reforma da Previdência e revogar as que já foram aprovadas. É necessário convocar um calendário de lutas e construir pela base das categorias em todo o país uma nova Greve Geral.

 

 

Com informações da Agência Brasil e Estadão

Fonte: CSP-Conlutas

Governo Temer anuncia corte no Orçamento e bloqueio de investimentos já somam R$ 45 bi no ano

O governo Temer confirmou nesta quinta-feira (27) um novo corte no Orçamento da União, no total de R$ 5,9 bilhões, além de um remanejamento de R$ 2,2 bilhões. Com o novo contingenciamento, chega a R$ 45 bilhões o total de verbas bloqueadas este ano.

 

 

 

O corte atinge os ministérios das Cidades, Educação, Transportes, Integração, Defesa, Cultura, Desenvolvimento Agrário, entre outros, principalmente através do bloqueio de recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O programa responsável por investimentos públicos perderá, ao todo, R$ 7,48 bilhões, sendo R$ 5,2 bilhões de corte e R$ 2,2 bilhões que serão usados para realocação para outras áreas.

 

A justificativa do governo para os cortes é garantir a meta fiscal do ano, que já tem um déficit previsto de R$ 139 bilhões.

 

Falta de recursos e ameaça de paralisação de atividades

Mesmo antes de entrar em vigor a famigerada PEC 55, que foi aprovada em dezembro do ano passado pelo governo Temer e que prevê o congelamento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, a situação dos serviços públicos e do atendimento à população já é extremamente crítica, em razão dos cortes no orçamento e da falta investimentos .

 

Os caos na Saúde e na Educação, lamentavelmente, não são mais novidade, com hospitais públicos que já vivem uma situação permanente de calamidade pública, e escolas e universidades que também enfrentam total falta de recursos, sem condições de funcionamento.

 

Universidades e institutos federais vêm enfrentando dificuldades para manter serviços básicos, como pagamento em dia de contas de água e luz. Em algumas instituições, a crise já é notória como na UnB (Universidade de Brasília), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e UFG (Universidade Federal de Goiás). Segundo o Andes-SN (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – Sindicato Nacional), o dinheiro proveniente dos recursos federais para despesa e manutenção é insuficiente e não chega até o final do ano.

 

 

 

A realocação anunciada ontem de R$ 2,2 bilhões de verbas do PAC prevê a destinação de parte dos recursos para a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, agências do INSS, combate ao trabalho escravo e o sistema de controle aéreo. As situações desses órgãos e áreas ganharam destaque nos últimos meses em razão da total falta de recursos e iminência de paralisação das atividades.

 

Além da paralisação na emissão de passaportes, que teve grande repercussão na imprensa, a falta de verbas ameaça, por exemplo, o combate ao trabalho escravo.

 

Segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e o Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho), as fiscalizações de trabalho escravo e infantil podem ser suspensas ainda no início desse segundo semestre por falta de verba. A falta de recursos para a fiscalização em 2017 afeta desde a redução no número de fiscais, dinheiro para combustível e alimentação.  Dados levantados pela CPT apontam uma queda brusca no número de estabelecimentos fiscalizados em 2017. Até 20 de junho, apenas 44 estabelecimentos foram fiscalizados. No ano passado, o número total foi de 204, menor que os 279 do ano anterior.

 

Uma guerra social contra os trabalhadores

Os cortes no Orçamento se somam a outras medidas do governo Temer e do Congresso que representam uma verdadeira guerra social contra os trabalhadores e a maioria da população. Como parte do ajuste fiscal, Temer já ameaça suspender também o reajuste salarial já acordado com os servidores públicos, não bastasse o PDV (Programa de Demissão Voluntária) anunciado essa semana.

 

Mas, a crise só é para os trabalhadores e o povo pobre. Para os poderosos, não tem aperto fiscal. Ao contrário, governo e Congresso planejam aprovar o novo Refis, um programa de perdão fiscal, que vai anistiar empresas sonegadoras de impostos, num total de R$ 13 bilhões.

 

Com informações Agência Brasil e sites de notícias

Fonte: CSP-Conlutas

 

“Inflação elevada ou deflação são dois lados de uma mesma moeda: crise do capitalismo sobre os trabalhadores”, afirma economista do Ilaese

 

Refis: governo e Congresso preparam Medida Provisória para anistiar empresas sonegadoras

A sanha do governo e do Congresso sobre os direitos e os cofres públicos não tem limites. No último dia 13, enquanto Temer sancionava a Reforma Trabalhista, uma Comissão Mista da Câmara dos Deputados aprovou o relatório sobre a MP 783 (Medida Provisória), que cria o Programa Especial de Regularização Tributária, conhecido como Refis. Na prática, um pacote de bondades para empresários sonegadores.

Manifesto: Vem aí o 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, de 12 a 15 de outubro

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O 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas tem data marcada: de 12 a 15 de outubro deste ano. Um momento privilegiado para que os trabalhadores, jovens, movimentos populares, os que lutam contra as opressões se reúnam para pensar políticas para o perí­odo seguinte para a Central e para avaliar a condução desde o congresso anterior.

Jornada de Luta, nos dias 11 e 12 de julho, para barrar a votação da Reforma Trabalhista no Senado!

A reforma Trabalhista está agendada para ser votada no Senado no próximo dia 11. Essa reforma vai destruir direitos que foram conquistados às duras penas por décadas de lutas. Diante disso, é necessário fortalecer a mobilização dos trabalhadores em todo o paí­s.