Governo e planos de saúde querem reformulação do SUS com privatização do atendimento à população

O governo quer reformular o SUS (Sistema Único de Saúde) repassando serviços de saúde prestados à população para a iniciativa privada. Essa possibilidade foi levantada no “1º Fórum Brasil – Agenda Saúde: a ousadia de propor um Novo Sistema de Saúde”, evento realizado na terça-feira (10), em Brasília.

 

Neste fórum, organizado pela Federação Brasileira de Planos de Saúde (Febraplan), com participação do Ministério da Saúde, e de deputados e senadores, foi defendida a proposta de “reformulação” do SUS, com o repasse de atendimentos aos planos de saúde, com subsídio do governo. Isso seria feito com a transferência de recursos para financiar a “Atenção de Alta Complexidade” e transferi-la para empresas privadas do setor. A meta seria de pelo menos metade da população ser atendida pelos planos.

 

 

Essa reformulação faria com que o governo destinasse verba pública para a rede privada, que teria dois tipos de receita, a dos usuários, que já pagam pelo plano, e a do Estado. Uma verba que poderia ser investida no sistema público vai escoar para empresários do ramo da saúde.

 

Foi proposto ainda um Conselho Nacional de Saúde Suplementar com o mesmo poder do Conselho Nacional de Saúde. Se a mudança ocorresse, isso reduziria a participação popular na formulação, acompanhamento e controle sobre a política pública.

 

Entidades do setor da Saúde se manifestaram em repudio a essa possibilidade. Em nota, o CEBES (Centro Brasileiro de Estudos em Saúde) de Recife e do Distrito Federal afirmou que “fazer um sistema de saúde a partir dos planos de saúde, como ocorre nos Estados Unidos, prejudica os mais pobres” e que os planos de saúde privados já recebem “excesso” de benefícios fiscais.

 

Outro ataque apontado e que irá estrangular o SUS é a Emenda Constitucional 95, de teto de gastos, que irá congelar os investimentos em saúde, educação e assistência social pelos próximos 20 anos.

 

A Associação Brasileira de Enfermagem repudiou a iniciativa que vai na contramão de ampliar o acesso da população a um sistema de saúde gratuito e de qualidade.

 

O COSEMS/RJ (Conselho Municipais de Secretarias de Saúde do Rio de Janeiro) reafirma que é preciso ampliar o investimento no SUS e não o contrário, investindo em empresas privadas de saúde.

 

A servidora da saúde, Cintia Teixeira, da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas Rio de Janeiro ressalta que essa é uma política que está fortalecendo o programa ideológico do governo de Temer, promovendo ataques diretos aos SUS por meio do desmonte de políticas públicas. “É importante salientar que saúde é um direito previsto na constituição e isso é um dever do estado, não é concessão. Esse projeto beneficiará uma série de políticos que financiaram suas campanhas políticas via empresários da saúde. Por isso, é necessário que os movimentos sociais e sindicais mantenham-se fortes e montem fóruns de saúde contra a sua privatização. É necessária a unidade ampla em defesa do SUS em cada estado, nenhum direito a menos, nenhum serviço de saúde a menos”, concluiu.

30 dias da execução de Marielle e Anderson: CSP-Conlutas convoca jornada de lutas em 13 e 14 de abril

Passados 30 dias do bárbaro assassinato de Marielle Franco e Anderson Pedro na cidade do Rio de Janeiro, nenhuma pista consistente foi encontrada pelos investigadores, a não ser a conclusão óbvia de que se trata de um crime político.

 

 

 

O crime comoveu o país e foi seguido por centenas de manifestações em várias cidades, inclusive, com repercussão internacional.

 

Devido à intervenção federal e militar, a violência cresce no Rio de Janeiro.  Poucos dias depois da execução de Marielle, cinco jovens foram vítimas de uma chacina em Maricá, na baixada fluminense. Também, até agora, nenhum culpado foi encontrado.

 

Não vamos abandonar as ruas. A CSP-Conlutas, na sexta-feira, dia 13, e sábado, dia 14, ao completar 30 dias do assassinato de Marielle e Anderson, estará nas ruas em dois dias de lutas e manifestações nos locais de trabalho, estudo e moradia, e com a realização de atos nos principais estados e cidades. Exigimos apuração e punição de todos os responsáveis por esses crimes bárbaros e o fim da intervenção federal/militar no Rio de Janeiro.

 

Faremos isso em conjunto com todas as organizações sindicais, políticas e movimentos sociais que estejam dispostos a levar adiante essa luta. Não podemos deixar esses crimes caírem no esquecimento e terminarem impunes.

 

Orientamos a todas as nossas entidades filiadas e organizações regionais a fazerem os esforços necessários para construir um grande dia nacional de lutas em 13 e 14 de abril.

 

  • Pelo fim da intervenção federal e da militarização no Rio de Janeiro!
  • Todo repúdio às calúnias que setores da direita vêm fazendo nas redes sociais contra Marielle e sua luta!
  • Investigação rápida e prisão de todos os envolvidos na execução de Marielle e Anderson!
  • Em defesa da desmilitarização da Polícia Militar!
  • Pelo direito à autodefesa dos trabalhadores!

 

Secretaria Nacional Executiva da CSP-Conlutas

5 de abril de 2018

 

 

CSP-CONLUTAS |Coordenação aprova campanhas e mobilizações para próximo período. Confira Resolução Política

 

A reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, realizada no último final de semana, em São Paulo, aprovou resolução política unitária pelas entidades que compõem a instância, em que aponta políticas estratégicas, como a reafirmação da defesa do socialismo e políticas imediatas como a campanha contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e a luta contra as privatizações de Temer.

 

“A intervenção militar no Rio de Janeiro é um grave ataque aos direitos democráticos da população promovido pelo governo. As ações desenvolvidas até então pelo Exército se concentram nas favelas e comunidades pobres, utilizando inclusive métodos e mecanismos ilegais, a exemplo do fichamento massivo de moradores, revistas vexatórias em crianças nas portas das escolas e a ameaça de mandato coletivo de busca e apreensão, que daria carta branca para o exército invadir e revistar casas”, afirma o documento.

 

 

A CSP-Conlutas conclama ampla unidade de ação para lutar contra a intervenção no Rio.

 

A resolução avalia ainda a importância das mobilizações pelo mundo do 8 de março para a luta das mulheres e dos trabalhadores em todo o mundo; aponta o aprofundamento da crise econômica no Brasil e avança em propostas de luta para os trabalhadores contra as privatizações anunciadas pelo governo Temer, em defesa de direitos e contra a criminalização dos pobres e das lutas.

 

A manhã de domingo (11) da reunião da Coordenação Nacional foi dedicada à votação da resolução política, resoluções dos setoriais e moções.

 

Resoluções de Setoriais

As propostas de resoluções dos setoriais foram elaboradas em reuniões na tarde de sábado para aprovação na manhã de domingo pela Coordenação Nacional.

Setorial de Educação

 

O Setorial de Saúde, com um tempo maior para apresentação, convocou o 3º Seminário Nacional de Saúde do Trabalhador, que acontecerá em Duque de Caxias (RJ), de 23 a 25 de agosto, e cujas inscrições já estão abertas. O encontro discutirá as consequências das Reformas Trabalhista, da Previdência e da terceirização na saúde do trabalhador, assédio moral, doenças no mundo do trabalho, experiências de Cipas combativas (Comissões Internas de Prevenção a Acidentes de Trabalho), entre outros temas.

 

Apresentação do Setorial de Saúde

 

Além da Saúde, também foram apresentados e tiveram os relatórios aprovados os setoriais de Transporte, LGBT, Internacional, Trabalhadores dos Correios, Negros e Negras, Serviço Público, Educação e o GT de Comunicação.

 

A reunião foi encerrada com a aprovação de diversas moções que serão publicadas na terça-feira (13).

 

Prestação de contas do Conselho Fiscal

A reunião da Coordenação também aprovou as contas de 2018 da CSP-Conlutas a partir do novo Conselho Fiscal aprovado no 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, realizado em outubro de 2017.

 

Conselho Fiscal

 

 

Coordenação rica em debates 

Acesse as matérias da Coordenação nacional:

 

Sexta-feira –  Debate de conjuntura abre Coordenação Nacional e discute temas como Reforma da Previdência, intervenção no RJ e rumo das lutas dos trabalhadores

 

Debate sobre conjuntura produziu resolução política

 

SábadoDefesa de uma concepção classista e socialista para a luta das mulheres marca o segundo dia da Coordenação Nacional

 

Mesa permitiu rico debate sobre mulher trabalhadora

 

Saudações

Esta Coordenação Nacional recebeu saudações importantes no campo de luta dos trabalhadores. A pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU, Vera Lúcia e seu vice, Hertz Dias, e o pré-candidato que disputou a indicação para a candidatura à presidência pelo PSOL Hamilton Assis.

 

Hertz Dias e Vera Lúcia, do PSTU

 

 

Hamilton Assis, do PSOL

 

RESOLUÇÃO POLÍTICA PODE SER LIDA ABAIXO:

 

A Coordenação Nacional acontece sob o impacto das grandes mobilizações que ocorreram neste último 8 de março em 170 países, com destaque para o Estado Espanhol e a Argentina. Foram greves, manifestações e ocupações que demonstraram a força da greve internacional de mulheres, da qual participamos e apoiamos através da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta.

 

A crise econômica continua atingindo fortemente os trabalhadores e o povo pobre. Apesar de toda campanha alardeada pelo governo de que a situação econômica está melhorando, com um pequeno aumento do PIB de 1% (produto interno bruto), na prática, a situação é outra. O desemprego continua alto chegando a atingir 26 milhões de pessoas, a indústria patina, os estados continuam com o calote aos salários e os serviços públicos seguem a cada dia mais sucateados.

 

O governo Temer foi obrigado a recuar da Reforma da Previdência, retirando o projeto de pauta. Apesar de toda campanha milionária nos meios de comunicação, das barganhas e negociatas no Congresso Nacional, não conseguiu os votos suficientes para aprovar esta nefasta reforma. Esta foi uma vitória do movimento, da Greve Geral de 28 de abril, da Ocupação de Brasília em 24 de maio e da mobilização dos trabalhadores durante todo o segundo semestre de 2017, mesmo diante do papel representado pela cúpula das grandes centrais ao frear a mobilização desde 30 de junho e recuar na última hora da construção da segunda greve geral em 5 de dezembro. Nossa Central cumpriu importante papel nesses processos, impulsionando pela base das categorias a mobilização, construindo a unidade de ação e denunciando as vacilações das cúpulas das grandes centrais.

 

Impedido de fazer a Reforma da Previdência, o governo lança mão de outro pacote de maldades com privatizações (Eletrobrás, Casa da Moeda etc.) e ataques ao funcionalismo público federal e nos estados. Também decreta a intervenção militar no Rio de Janeiro, tentando mudar o foco para encobrir a derrota da Reforma da Previdência e tentar algum apoio popular, frente ao caos da violência nas grandes cidades.

 

Existe uma série de mobilizações ocorrendo no país: diversas ocupações estão sendo feitas para garantir moradia; no campo crescem as ocupações na luta pela reforma agrária; campanhas salariais de várias categorias se aproximam; e os trabalhadores e trabalhadoras estão lutando contra a aplicação da Reforma Trabalhista através de convenções coletivas que garantam os direitos conquistados.

 

Também estão em luta os funcionários públicos nos estados e municípios contra o pacote de ajuste dos governos estaduais e municipais. Os servidores públicos federais estão em processo de mobilização e discutem no Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) a possibilidade de uma greve unificada a partir de maio. Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios preparam uma greve nacional agora em março contra as mudanças no plano de saúde e o desmonte e privatização da ECT.

 

Nos bairros e periferias ocorrem vários protestos contra a violência e o abuso das forças policiais, que afligem principalmente a população negra. Também entra em cena o movimento negro que prepara uma série de atividades no mês de maio, quando se completam 130 anos da abolição da escravidão, denunciando o racismo, ainda bastante arraigado na sociedade, que impõe uma situação de precariedade e superexploração aos negros e negras, e exigindo também uma política de reparações.

 

A nossa tarefa é impulsionar e trabalhar para a unificação de todas as lutas.

 

Frente a esta situação, a Coordenação Nacional da CSP-Conlutas resolve:

 

  • Desenvolver uma campanha contra o ajuste fiscal nos estados, as privatizações e a venda da Embraer para Boeing. Pela reestatização das empresas privatizadas e pela anulação dos leilões dos campos de petróleo, em defesa de uma Petrobras 100% estatal.
  • Fortalecer as campanhas salariais do primeiro semestre e a luta contra a aplicação da Reforma Trabalhista e pela sua revogação.
  • Organizar um 1º de Maio classista, de luta e independente dos governos e dos patrões.
  • Apoiar todas as lutas populares, ocupações e greves por moradia, reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras!

 

A intervenção militar no Rio de Janeiro, uma política de guerra aos pobres

 

A intervenção militar no Rio de Janeiro, promovida pelo governo, constitui um grave ataque aos direitos democráticos da população. As ações, desenvolvidas até então pelo Exército, se concentram nas favelas e comunidades pobres, utilizando inclusive métodos e mecanismos ilegais, a exemplo do fichamento massivo de moradores, revistas vexatórias em crianças nas portas das escolas e a ameaça de mandato coletivo de busca e apreensão, que daria carta branca para o exército invadir e revistar casas. As declarações do general interventor, Braga Netto, de que é preciso evitar uma nova Comissão da Verdade, pedindo salvaguarda para as ações dos soldados, é sintomático sobre o modo de atuação do exército e a ameaça que representa às liberdades democráticas.

 

Preocupado em manter sua quadrilha e evitar a prisão após o fim do mandato, Temer tenta ganhar alguns pontos de popularidade, buscando utilizar a aflição da população por segurança pública. Isso, tendo em vista o alto grau de desmoralização em que se encontra o seu governo.

 

Temer também busca responder à crise social e de segurança pública existente no estado. O Rio de Janeiro está quebrado e em situação de calamidade pública, fato reconhecido pelo governo federal. Também está instituído um quadro de desgoverno, que levou a prisão de três ex-governadores e ameaça a permanência de Pezão a frente do estado. O governo estadual perdeu o controle das forças policiais e a burguesia teme uma rebelião social. Por isso, lançaram mão da intervenção federal. Essa intervenção merece o repúdio do movimento sindical e popular, pois amplia o uso da repressão contra a população pobre e negra e aumenta a criminalização das lutas sociais.

 

A CSP-Conlutas chama a todos e a todas para construírem uma unidade de ação contra a intervenção militar no Rio de Janeiro. Desenvolver uma campanha nacional e internacional contra a intervenção, confeccionando materiais, cartilha, etc. Defendemos um programa de combate à violência que passe pela descriminalização das drogas, desmilitarização da PM e pelo direito de autodefesa da população.

 

  • Fora o Exército do Rio! Não à intervenção!
  • Expropriação dos bens de corruptos e corruptores! Pegar de volta o que Cabral, Picciani e Cia roubaram do estado do Rio de Janeiro. Fora Pezão!
  • Fim de todas as isenções fiscais e devolução do imposto roubado!

 

Apresentar uma saída classista e socialista para país

 

A maioria das instituições e organizações passam a defender que os grandes problemas do país sejam resolvidos pelas eleições do segundo semestre. A CSP-Conlutas acredita que somente a ação direta e a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras são capazes de garantir uma saída para a crise.

 

É tarefa da CSP-Conlutas apresentar um programa que aponte para a defesa das reivindicações imediatas e históricas da classe trabalhadora e do povo pobre e também uma saída estratégica que coloque nas mãos daqueles que produzem a riqueza o controle do país.

 

Impulsionaremos as lutas e mobilizações diretas. E apresentaremos para o debate nas nossas entidades, nos movimentos e na sociedade o programa aprovado em nosso congresso que afirma: “disputar a consciência da classe para uma saída operária e socialista à crise, mas também votar um programa de medidas antiimperialistas e anticapitalistas, bem como apresentar um plano econômico da classe, alternativo ao do governo e da patronal, que levante as seguintes bandeiras:

 

  • Fora Temer e todos os corruptos!
  • Defender emprego, salário, aposentadoria, direitos sociais e trabalhistas, moradia, educação e saúde públicas, direito às cidades e transporte público.
  • Os ricos devem pagar pela crise. Emprego para todos; redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; estabilidade no emprego; seguro-desemprego de dois anos; investimento em obras públicas necessárias, que gerem emprego e respeitem o meio ambiente; lutar pelo aumento geral dos salários; salário mínimo acima da inflação, rumo ao salário mínimo do Dieese.
  • Saneamento básico, escolas públicas, hospitais, postos de saúde e moradia popular.
  • Lutar pela suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros, realização de auditoria e proibição da remessa de lucros para o exterior.
  • Exigir a prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores, estatização, sem indenização e sob o controle dos trabalhadores das empresas envolvidas em corrupção.
  • Lutar pela estatização dos bancos sob controle dos trabalhadores.
  • Lutar pela reestatização sob controle dos trabalhadores das estatais privatizadas.
  • Lutar pela reforma urbana e fim da especulação imobiliária. Moradia: regularização de todas as ocupações.
  • Lutar pela reforma agrária radical. Nacionalização da terra e expropriação do agronegócio, sob controle dos trabalhadores.
  • Lutar contra o racismo, o machismo, a LGBTfobia, a xenofobia e todas as formas de opressão. Salário igual para trabalho igual, não à violência contra as mulheres, garantia e reais condições de aplicação da lei Maria da Penha e legalização do aborto. Não ao mito da democracia racial, regularização das terras quilombolas, fim do genocídio da juventude pobre e negra da periferia e reparação para os negros já. Criminalização da LGBTfobia e pela aprovação da lei de identidade de gênero. Defesa dos povos indígenas, contra o genocídio e pela regulamentação das reservas indígenas. Defesa dos imigrantes especialmente haitianos, bolivianos, venezuelanos e cubanos.
  • Acesso à cultura e ao lazer.
  • Lutar em defesa das liberdades democráticas. Lutar não é crime. Não à criminalização das lutas e das organizações dos trabalhadores e da juventude, abaixo a lei antiterrorismo e a lei de organização criminosa, liberdade para os presos políticos e fim dos processos contra os lutadores.
  • Lutar para por abaixo a lei de drogas de 2006, que resultam em encarceramento massivo de negros e pobres; descriminalização e legalização das drogas para acabar com o narcotráfico.
  • Autodefesa dos trabalhadores e povo pobre em cada bairro.
  • Lutar pelo fim dos convênios com o EUA para fins de “segurança pública” e “combate ao terrorismo”.
  • Não à entrega da Amazônia, em defesa dos povos da floresta. Não a extinção da Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados).
  • Contra a Reforma política.
  • Em defesa do Direito de greve.
  • Fim das polícias militares, direito de sindicalização e greve para as forças policiais e militares.
  • Os capitalistas é que devem pagar a conta da crise, pois são os responsáveis e os que se beneficiam dessa situação.
  • Por um governo socialista dos trabalhadores.

 

Militares “ficham” moradores no Rio, prática considerada ilegal por entidades de direitos humanos

Os moradores das favelas do Rio de Janeiro, após a intervenção militar no estado, estão sendo cerceados em seu direito de ir e vir. Militares realizaram uma ação de “fichamento” no dia 23 de fevereiro nas comunidades da Vila Kennedy, da Vila Aliança e da Coreia, na zona oeste.

 

 

Nesta ação, moradores eram obrigados a apresentar documentos e eram fotografados com celulares dos próprios soldados, segurando o RG ao lado do rosto, em uma prática que está sendo questionada por órgãos de direitos humanos.

 

O defensor público Daniel Lozoya, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, declarou ao jornal Estadão, que fotografar uma pessoa após apresentação do documento é ilegal e comparou tal prática aos tempos da ditadura militar.

 

“Tem de haver transparência. Para onde estão sendo mandadas essas imagens? Isto remonta a práticas antigas, da ditadura. O cidadão não é obrigado a aceitar. Mas tem medo de negar, diante de militares armados de fuzil. Se mostra a identificação civil, não tem que ser fotografado”, informou ao jornal.

 

Moradores salientaram ainda que quem não estivesse com os documentos em mãos era obrigado a voltar para casa para buscar a identificação, senão, não poderiam circular.

 

Na Vila Kennedy, moradores relataram ao jornal Estadão que muitos deixaram de ir trabalhar por se sentirem acuados pela medida. “O que esperar? O que vem depois disso? Então somos todos suspeitos? Se eu saio para comprar pão tenho que passar por isso?”, revoltou-se um rapaz, que pediu para não ser identificado. “É muita humilhação. Mas aqui é favela, eles acham que podem tudo. Quero ver fazer isso na zona sul”, lamentou.

 

A OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) também avaliou que a ação infringia a Constituição, sobretudo, no direito de ir e vir de todo cidadão.

 

A imprensa chegou a ser impedida, em um primeiro momento, de acompanhar a atuação dos militares durante parte da ação.

 

Vale salientar que essa ação não foi ampliada para os bairros ricos do Rio de Janeiro, localizados na zona sul, limitando-se apenas às favelas e levando ao constrangimento a população pobre que reside nessas localidades.

 

Outro fato que torna ainda mais nebulosa  o procedimento do Exercito é de que essa operação começa a ocorrer poucos dias após a morte do subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vila Kennedy, tenente Guilherme Lopes da Cruz, e do sargento do Exército Bruno Cazuca, ambos assassinados em tentativas de assaltos.

 

 

Para o integrante do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, Julio Condaque, há um clima de medo entre os moradores do Rio, pois estão apreensivos de haver tortura diante da atuação já desastrosa das forças militares. “Ontem houve uma reunião com  a Federação de Favelas do Rio, na Mare. O general está dizendo que não vai ocupar as favelas, mas entrou com procedimento para fichar os moradores, isso é ilegal. Há todo um processo de organização das comunidades contra essa ocupação. Essa ocupação é um ataque aos negros e aos pobres e a toda a classe trabalhadora”, disse.

 

Apesar de o exercito ter sido impedido de ocupar as favelas do Rio o processo de intimidação é forte e só se destina a parcela mais pobre da sociedade. “Se a ocupação é em todo o Rio, porque essa ação é só na favela? É a militarização da favela com o objetivo político de controlar o povo”, frisou Julio.

 

O movimento organizado nas comunidades do Rio está se articulando e traçando medidas contra a intervenção militar. “O Rio serve de laboratório dessa ação que pode se espalhar para outros estados, temos que barrar esse absurdo”, destacou o dirigente do Quilombo Raça e Classe.

 

Para ele, o povo mais pobre precisa de  políticas públicas e não do controle de suas vidas por meio da militarização dos territórios em que residem. “O problema da violência está ligado à falta de direitos como saúde e educação. Para nós é importante que o povo da favela se auto organize para barrar essa intervenção”, salientou.

 

Estão previstas manifestações no dia 8 e 21 de março no Rio de Janeiro como parte das ações contra a intervenção militar. Está prevista ainda a elaboração de uma carta à população por parte dos movimento de favelas do Rio que irá traçar políticas contra essa intervenção.

Fonte: CSP-Conlutas

CSP-Conlutas defende reunião das Centrais Sindicais para definir calendário de luta contra a Reforma da Previdência

Acesses AQUI  o material da campanha contra a reforma da previdência

reforma-da-previdencia-2018-viral-768x768A votação da Reforma da Previdência foi marcada pelo governo Temer para o dia 19 de fevereiro. Portanto, temos pouco mais de um mês para retomar a campanha contra essa reforma que representa o fim do direito à aposentadoria.

 

Em reunião realizada nesta quinta-feira (11), a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas definiu que todos os esforços da Central no próximo período serão concentrados numa forte mobilização para barrar a Reforma da Previdência. Foi a primeira reunião da nova SEN, eleita na última reunião da Coordenação Nacional da Central em dezembro.

 

Primeira reunião do ano da nova SEN

 

 

Vamos colocar na rua uma forte campanha, com vídeos, materiais impressos e nas redes sociais, para conscientizar os trabalhadores e a maioria da população sobre a gravidade desse ataque, bem como buscar construir um forte processo de lutas, rumo a uma nova Greve Geral para derrotar essa reforma.

 

A CSP-Conlutas faz um chamado às direções das demais centrais sindicais para que seja marcada urgentemente uma reunião para que possamos preparar um calendário de mobilizações.

 

No ano passado, todas as centrais sindicais aprovaram que se o governo colocar a reforma para votar, o Brasil vai parar. Precisamos nos organizar para que isso seja concretizado, retomando com força a campanha contra a reforma junto aos trabalhadores e à população, e definindo um calendário de mobilização desde já.

 

O governo Temer começou o ano a todo vapor nas negociatas para obter os votos a favor da reforma, mas até agora as centrais não estão fazendo nada.

 

Desviar o foco da luta contra a reforma, priorizando saídas eleitorais, só ajuda o governo e a aprovação deste grave ataque aos trabalhadores. Temos de mostrar nossa força desde já, com um calendário de lutas, e não esperar o dia 19.

 

Derrotar as reformas e os ataques do governo

A reunião da SEN discutiu a situação no país e os ataques que seguem sendo feitos pelos governos, bem como destacou as lutas que estão ocorrendo.

 

Diante deste cenário, a SEN definiu também o apoio às lutas do funcionalismo nos estados por direitos e contra o desmonte dos serviços públicos, bem como a continuidade da luta contra a Reforma Trabalhista, contra as privatizações, especialmente da Embraer e Eletrobrás, contra o aumento das tarifas de transporte e organizar desde já a mobilização para o 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres.

 

Organizar as bases, rumo à Greve Geral

A CSP-Conlutas orienta que todos os sindicatos, movimentos e entidades filiadas devem organizar, nos estados e regiões, plenárias, seminários e reuniões para preparar a luta contra a Reforma da Previdência, com todas as organizações e ativistas que estejam dispostos a lutar.

 

Iniciativas como a ocorrida em Aracaju (SE), no último dia 9, quando as direções estaduais de todas as centrais sindicais se reuniram e definiram um calendário de mobilização (veja aqui), devem ser reproduzidas.

 

A orientação é que sejam realizadas assembleias e panfletagens junto aos trabalhadores, para preparar a mobilização contra a reforma a partir das bases.

 

A partir do dia 5 de fevereiro, quando os parlamentares voltam a Brasília após o recesso e já pretendem, inclusive, ler o relatório da Reforma da Previdência, dando início à tramitação do texto para votação na Câmara, a orientação é que sejam retomadas as manifestações e protestos nos aeroportos e nas bases dos deputados.

 

A CSP-Conlutas participará da reunião ampliada marcada pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), nos dias 3 e 4, em Brasília, que discutirá a luta contra os ataques do governo e a Reforma da Previdência. A próxima reunião da SEN será realizada no dia 6, na capital federal.

MESMO COM RECUO DAS CENTRAIS, MOVIMENTO DOCENTE MANTÉM MOBILIZAÇÃO DIA 5 DE DEZEMBRO

conlutas
Fotografia: CSP Conlutas

Associações Docentes baianas, junto com ANDES-SN e CSP Conlutas, mantém chamado para a luta contra a Reforma da Previdência

O Movimento Docente da Bahia vai parar nesta terça-feira (5) dia convocado, inicialmente, como Greve Nacional contra a Reforma da Previdência. A posição das diretorias das Associações Docentes é de manter as mobilizações e não recuar, mesmo com a nota de desmarcação da data, publicada na última sexta-feira (1), e assinada pelas centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, NCST e CSB).

A adesão aos atos públicos e paralisação das atividades acadêmicas, com portões fechados, foi aprovada nas assembleias realizadas na Uneb, Uesc e Uesb. Na Uefs, mesmo sem a assembleia, foi reforçada a necessidade de intensificar a luta. Para Milton Pinheiro, coordenador do Fórum das ADs, é repudiável a postura da Central Única dos Trabalhadores em tentar desmarcar um dia de luta tão importante sem, ao menos, consultar a base das categorias.

“Não haverá recuo do Movimento Docente. Vamos fazer do dia 5 de dezembro um dia de lutas e mobilizações. Daremos um recado forte e incisivo ao governo, e à sua base aliada, de que a Reforma da Previdência não vai passar. Convocamos todos e todas para ocupar as ruas”, reforçou o professor.

Em Ilhéus, um ato está marcado para às 9h30, na porta do Banco do Brasil. Em nota, a CSP-Conlutas e o ANDES-SN também afirmaram sobre necessidade de seguir as mobilizações.

WhatsApp Image 2017-12-04 at 12.33.26

Confira, na íntegra, a nota oficial da CSP-Conlutas.

Fonte: Fórum das ADs, com edição.

Nota oficial da CSP-Conlutas contra a desmarcação da Greve Nacional de 5 de dezembro

Hoje fomos surpreendidos com a desmarcação da Greve Nacional assinada pela cúpula de seis centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB*, UGT, NCST e CSB). Isto, sem consulta prévia à CSP-Conlutas e sem consulta à suas próprias bases nos estados e nos sindicatos. Resolveram desmarcar por telefone a Greve Nacional convocada para o dia 5 de dezembro.
Isto acontece exatamente no momento em que o governo Temer está com dificuldade em conseguir o número de votos necessários para a aprovação do fim da aposentadoria dos trabalhadores brasileiros. Acontece no momento em que na base aumenta a disposição em realizar a Greve Nacional e manifestações para derrotar definitivamente a Reforma da Previdência.
Este recuo é um grave erro e ajuda somente ao governo Temer. Não conta com o apoio da CSP-Conlutas!
Este recuo significa abrir mão de uma ferramenta fundamental, que é a Greve Nacional, uma grande oportunidade de, pela ação direta, enterrarmos de vez essa reforma que acaba com a nossa aposentadoria e vem sendo articulada a base da compra de votos por um governo e um Congresso Nacional corruptos a serviço da burguesia desse país.
A CSP-Conlutas chama a todos os sindicatos e organizações de base a se manterem mobilizados e realizarem assembleias, protestos e manifestações, a manterem a pressão sobre os deputados nas casas e aeroportos. Não vamos baixar a guarda!
O governo recuou apenas por uma semana, e se for colocar em votação a reforma, chamamos a todos os sindicatos e organizações a paralisarem o país imediatamente. Só a luta unificada e uma Greve Geral podem derrotar o governo Temer e esse congresso de corruptos!
Se quiserem votar, o Brasil vai parar!

Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

*A CTB publicou nota oficial afirmando discordar da posição da maioria das centrais sindicais na nota que desmarca a Greve Nacional de 5 de dezembro.

Leia também a nota de repúdio do ANDES-SN sobre o cancelamento da greve nacional.

Tarifaço do governo Temer deixa preço do gás e da luz nas alturas, afetando principalmente os mais pobres

Desde às 0h do último domingo (5), o gás de cozinha (GLP) envasado pelas distribuidoras em botijões de até 13 kg, estão mais caros 4,5% em média. O aumento foi informado pela Petrobras, na sexta-feira (3). É o quinto reajuste consecutivo anunciado desde o mês de junho, acumulando um aumento no preço do produto de 54%.

 

 

Segundo a Petrobras, o ajuste foi feito principalmente em razão da alta das cotações do produto nos mercados internacionais, “influenciada pela conjuntura externa e pela proximidade do inverno no Hemisfério Norte, além da variação do câmbio”, informou em nota.

Com o reajuste, é possível encontrar um botijão de 13kg pelo absurdo preço de R$ 80 nas revendas. Um verdadeiro assalto!

A política de reajuste de preço da Petrobras para o gás de cozinha se assemelha com o praticado em relação aos combustíveis. Pelas novas regras, a empresa pode estabelecer o aumento ou redução diária no preço dos combustíveis e do gás, levando em consideração, entre outros fatores, a oscilação do preço do produto no mercado internacional. A gasolina acumula alta de 23,92% desde julho.

Tarifaço atinge em cheio o trabalhador

O aumento de preços de tarifas administradas pelo governo, diretamente ou através das estatais, estão atingindo em cheio o bolso do trabalhador. O “tarifaço” do governo Temer inclui também nos últimos meses o aumento da conta de luz.

A conta de energia elétrica já está mais cara a partir deste de novembro, pois a bandeira tarifária vermelha 2, em vigor este mês, também sofreu um aumento de 43%, passando de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 kWh consumidos.

Esses reajustes impostos pelo governo atingem em cheio os trabalhadores, principalmente a população mais pobre, que vê o custo de vida aumentar assustadoramente. O aumento do gás de cozinha, da energia, dos combustíveis tem várias consequências, por exemplo, deixando mais caros os alimentos e o transporte.

O fato é que Temer segue com uma política econômica para beneficiar e atender os interesses dos setores privados, e as privatizações de várias estatais, como a própria Petrobras e a Eletrobras, que também estão nos planos do governo, tendem a piorar ainda mais essa situação e o aumento do custo de vida para o povo.

Em recente entrevista à CSP-Conlutas, o economista do Ilaese (Instituto Latino-Americano de Estudos Sócio-Econômicos) Gustavo Machado denunciou que a atual política da Petrobras visa garantir lucros aos acionistas privados, em grande parte estrangeiros, que já controlam as ações da empresa.

“A Petrobras hoje é controlada administrativamente pelo governo, mas a maioria de suas ações está na Bolsa de Valores, portanto, tem de garantir lucros e dividendos aos acionistas privados. Por isso, tem que se vender o combustível seguindo os critérios do mercado internacional e um furacão no Golfo do México afeta aqui no Brasil. Fosse, de fato, uma empresa estatal a serviço de suprir o consumo nacional, não precisaria esse aumento. Ao contrário, poderia se vender combustível muito mais barato, para garantir transporte e outras necessidades a preços acessíveis à população”, disse o economista.

Colocar para fora Temer e os corruptos do Congresso, bem como a luta contra as privatizações e por uma política econômica que esteja a serviço de garantir as necessidades dos trabalhadores e dos mais pobres também são bandeiras do Dia Nacional de Lutas em Defesa dos Direitos no próximo dia 10/11. Vamos às ruas!

3° Congresso da CSP-Conlutas define calendário de lutas

imp-ult-2012396625Na ocasião, foi reafirmado o dia 19 de outubro como o “Dia Nacional em Defesa da Educação Pública”, com um ato a ser realizado no centro do Rio de Janeiro. Nesta data, será lançada também a “Frente em Defesa das Instituições de Ensino Superior Públicas”, que reunirá docentes, técnico-administrativos em educação, terceirizados, estudantes, entidades da educação e científicas, movimentos sociais, sindicais e populares, entre outros para intensificar a luta em defesa das universidades municipais, estaduais e federais, Institutos Federais e Cefets. A atividade acontecerá na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

“Foi muito importante à incorporação desta data no calendário de lutas da Central, com o lançamento da Frente e o ato no Rio, porque mostra, primeiro, a disposição de luta da classe e, em segundo, como o setor da Educação mais uma vez movimenta a categoria e coloca a importância da educação para a classe toda. Também foi importante a escolha da Uerj para o lançamento da Frente, por ser um lugar de resistência aos ataques do governo estadual nos últimos dois anos”, disse Cláudio Ribeiro, 2° vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN.

Outra data aprovada na plenária foi o 10 de novembro, que será um Dia Nacional de Lutas, Mobilizações e Paralisações, com ato no Rio de Janeiro, realizado na véspera da entrada em vigor da Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), sancionada pelo presidente Michel Temer no mês de julho.

imp-ult-1939483580A data foi apontada pelos metalúrgicos, que integram a Campanha Brasil Metalúrgico, movimento que deu início à luta unificada para impedir a aplicação da contrarreforma Trabalhista e a retirada de direitos nas campanhas salariais do setor metalúrgico neste ano. A manifestação também tem como intuito a revogação da Lei das Terceirizações ilimitadas, assim como barrar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, da contrarreforma da Previdência, que tramita no Congresso Nacional.

O ANDES-SN realizará no dia 9 de novembro um seminário nacional de reorganização da classe em comemoração aos 100 anos da Revolução Russa, e, no dia 11, ocorrerá a reunião com entidades sindicais, movimentos sociais e estudantis também com a perspectiva da reorganização da classe trabalhadora.

“Para quem achava que o ano de lutas tinha terminado no primeiro semestre, isso não acontece, pois a CSP-Conlutas demonstrou a sua força de reorganização, de retomada de luta e incorporou o dia 10 de novembro no seu calendário, trazendo de novo à tona a pauta da Greve Geral”, disse Cláudio, que completou:  “O Plano de Ação aprovado mostra a importante resistência no ano de 2017 e que ainda vai ter muita luta. O dia 19 de outubro é o início de um processo de retomada de lutas muito forte que culminará no dia 10 de novembro”.

Luta das Estaduais no Rio

Os docentes da Uerj estão em greve desde o dia 3 de outubro em decorrência, mais uma vez, de salários atrasados e falta de repasses à universidade. Além da Uerj, os docentes da Universidade Estadual da Zona Oeste do Rio de Janeiro (Uezo), do Norte Fluminense (Uenf) e da Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) também estão em greve e na luta contra o desmonte das instituições e pelo pagamento em dia dos salários e bolsas estudantis e repasse para custeio e investimento nas instituições.

Reunião dos setores

A próxima reunião conjunta dos setores da Ifes e das Iees/Imes do ANDES-SN está marcada para o dia 19 de outubro, às 9h, na Uerj, tendo como pauta a definição de novas ações em defesa das IES públicas. A reunião antecederá o ato do “Dia Nacional em Defesa da Educação Pública”, que ocorrerá a tarde. No dia seguinte, serão realizadas as reuniões separadas do setor das Federais (20 e 21) e do setor das Estaduais e Municipais (20), para tratar das pautas específicas.

Fotos: CSP-Conlutas e ANDES-SN

Leia também

Congresso da CSP-Conlutas aprova resolução do ANDES-SN de reorganização da classe

Delegação do ANDES-SN no 3°Congresso da CSP-Conlutas conta mais de cem docentes

Experiências internacionais são destaques no 3° Congresso da CSP-Conlutas

Começa o 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas

 

 

 

 

Fonte: ANDES-SN

Impunidade a qualquer custo: governo já articula para barrar segunda denúncia contra Temer na Câmara

temer-e-janot

 

Como se não pesasse contra si uma segunda denúncia com a acusação de ser líder de organização criminosa e por obstrução da Justiça, o presidente Michel Temer (PMDB) participou na manhã desta segunda-feira (18) da cerimônia de posse da nova procuradora geral da República, Raquel Dodge.

 

Sorrisos, cumprimentos e discursos em “defesa da Constituição e da harmonia entre os três Poderes” marcaram a solenidade da nova procuradora. Dodge, escolhida por Temer apesar de ter ficado em segundo lugar na lista tríplice encaminhada pelos procuradores, é tida como adversária do ex-procurador Rodrigo Janot, que teve como último ato, antes de deixar o cargo na semana passada, denunciar Temer pela segunda vez.

 

Na acusação entregue ao STF, na quinta-feira (14), Janot pede que Temer seja julgado pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça (veja a integra da denúncia aqui). A acusação se baseia em uma investigação da Polícia Federal que concluiu que Temer liderava um esquema de recebimento de propina do qual participavam vários ex-deputados peemedebistas. Os valores desviados chegaram a R$ 587 milhões. Os recursos teriam sido desviados de operações com a Petrobras, a Caixa Econômica Federal, Furnas, o Ministério da Integração Nacional e a Câmara dos Deputados.

 

De acordo com a denúncia, também fazem parte do “quadrilhão do PMDB” os ex-deputados Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures e Henrique Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e os atuais ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.

 

Na cerimônia desta segunda-feira, ao lado de Dodge e Temer estavam a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia, os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM) e Eunício Oliveira (PMDB). Entre eles, somente Cármen Lúcia não é alvo de investigação.

 

Na mesa da cerimônia de posse de Raquel Dodge, apenas a presidente do STF Carmem Lúcia não é denunciada

 

Pizza novamente à vista

Analistas políticos e o próprio governo, já avaliam que a segunda denúncia contra Temer tem tudo para ser arquivada assim como ocorreu com a primeira. Segundo informações divulgadas na imprensa, Temer planeja receber pessoalmente os membros da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para definir a estratégia contra o processo.

 

Na primeira denúncia, o governo atuou para trocar grande parte dos membros da CCJ que pudessem votar contra Temer. A descarada negociação em torno de cargos, verbas e emendas também já estaria a todo o vapor.

 

No dia 2 de agosto, o parecer do relator Paulo Abi-Ackel (PSDB), que era favorável a Temer e pela rejeição da denúncia, foi aprovado com o voto de 263 deputados. Outros 227 votaram para que a denúncia fosse aceita, 2 se abstiveram e 19 não compareceram.

 

Reforma da Previdência segue na pauta

O governo considera que as reviravoltas no cenário político nas últimas semanas – com o desgaste de Rodrigo Janot após o envolvimento do procurador Marcelo Miller e o cancelamento do acordo com os irmãos Batista, donos da JBS, são favoráveis a Temer, contudo, a nova denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) e uma eventual delação de Geddel Vieira, o homem dos R$ 51 milhões, podem agravar a crise política novamente.

 

Assim, governo e Câmara dos Deputados tem declarado que discutir a denúncia contra Temer é prioridade, mas paralelamente seguem defendendo a necessidade e urgência da aprovação da Reforma da Previdência. Em meio às articulações para barrar a denúncia, o governo cogita todas as hipóteses, como aprovar uma reforma da Previdência mais “enxuta” com apenas o estabelecimento da idade mínima.

 

“Já está mais do que comprovado que não podemos esperar nada desse Congresso tomado por corruptos. Eles estão atolados na corrupção até o pescoço, a crise não tem fim com denúncias e escândalos que surgem a cada dia, mas os ataques aos trabalhadores e ao povo não param. Por isso, não podemos baixar a guarda, pois eles podem manobrar e na calada da noite avançar com a Reforma da Previdência, fatiando os ataques. E mesmo que fosse só a idade mínima, isso é um brutal ataque, pois vai impedir a aposentadoria para toda uma geração de trabalhadores”, avalia o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela.

 

“A única forma de dar um basta a essa bandalheira e por essa corja para fora é a mobilização dos trabalhadores e do povo pobre. No último dia 14, tivemos um importante dia nacional de lutas que envolveu metalúrgicos, petroleiros e servidores públicos, que deram o recado que não vão aceitar os ataques da Reforma Trabalhista e da lei da terceirização. A CSP-Conlutas faz um chamado às demais centrais para intensificarmos o processo de mobilização, rumo à construção de uma nova Greve Geral no país, para impedir a Reforma da Previdência e por para fora esse governo e Congresso de corruptos”, afirmou Barela.

 

 

Com informações El País e O Globo

 

Debate sobre conjuntura, com destaque para a tarefa de retomar lutas contra o governo e preparar o dia 14 de setembro, abre reunião da Coordenação Nacional

A reunião bimestral da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas teve início na manhã desta sexta-feira (1°), com o painel sobre conjuntura e plano de lutas. A pouco mais de um mês da realização do 3° Congresso da Central, os participantes destacaram a importância dessa discussão para avançar na análise da situação política e econômica do país e dar as bases para as resoluções que o Congresso definirá em outubro.

 

Uma política defendida por todos os presentes foi a importância e necessidade da preparação do Dia Nacional de Lutas em 14 de setembro, convocado pelos metalúrgicos e encampado pelos servidores públicos federais e outras categorias de trabalhadores. A CSP-Conlutas organizará e empreenderá todos os esforços para a realização desta data.

 

Ao longo do debate, além da prepatração do dia 14, diversos temas foram abordados como a crise política e a polarização social no país, os ataques do governo Temer, a correlação de forças para os trabalhadores e as tarefas para a construção de uma alternativa independente, classista e combativa para a classe trabalhadora.

 

A mesa foi composta por dois integrantes da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, que foi o primeiro a falar, e Neida Oliveira.

 

 

Mancha iniciou destacando que a situação brasileira está inserida na realidade mundial aberta com a crise econômica de 2008, a partir da qual os capitalistas, para recuperar suas taxas de lucro, deram início a uma verdadeira guerra social contra os trabalhadores. “De um lado, assistimos um brutal ataque que busca fazer com que os trabalhadores paguem pela crise, seja por parte de governos tradicionais da direta, seja por ditos governos da esquerda, reformistas e de conciliação de classes. Mas também estamos vendo uma forte resistência. Esse é o quadro da polarização social existente não só no Brasil, mas em outros países”, disse Mancha.

 

“Os trabalhadores brasileiros realizaram um forte processo de luta este ano, que vinha num movimento crescente desde o dia 8 de março, culminando na Greve Geral de 28 de abril e na ocupação de Brasília, mas esse processo foi literalmente bloqueado pelas direções das principais centrais, que boicotaram a Greve marcada para 30 de junho. Isso explica que apesar de toda a crise, Temer se mantém. Seja por um setor que o apoia diretamente no movimento, e por outro que não quer derrubá-lo, mas só desgastá-lo até as eleições de 2018”, falou Mancha.

 

Mancha, destacou, contudo, que apesar de ter aprovado a Reforma Trabalhista e ter se livrado do processo por corrupção, o governo sofre um desgaste enorme, tendo conseguido isso a custo alto com a compra de parlamentares e o desgaste do regime.

 

“Mais da metade da população não acredita em nada. Existe um fosso entre a sociedade e o que acontece no governo. Há uma inquietação entre os trabalhadores com as reformas, as condições de vida, o caos nos serviços públicos, a entrega do país. Portanto, a necessidade e nossa tarefa é por o movimento em ação, buscar impulsionar a luta direta”, disse. “Sem cair na cantilena da campanha Lula 20018 devemos apontar para os trabalhadores uma alternativa independente, que o movimento se destrave e atue por cima de suas direções”, disse.

 

“Os metalúrgicos tiveram iniciativa de marcar um dia de luta unificado para impedir a aplicação das reformas. O funcionalismo também marcou. Outras categorias, como petroleiros e construção, também aderiram. Está aberta a possibilidade do dia 14 ser um segundo momento após o boicote das centrais no dia 30 e retomar um processo de mobilização. A CSP-Conlutas deve ser o elemento consciente para esse projeto de luta”.

 

Neida Oliveira iniciou pontuando o papel da CSP-Conlutas desde a sua criação e o fato de que a Central nunca se deixou iludir com projetos de conciliação de classes.  Destacou também que no último periodo, não houve diferenças de fundo entre as entidades que compõem a Central no que se refere à avaliação sobre a gravidade da crise econômica mundial a necessidade da resistência e o que fazer, sempre no sentido de apostar no caminho da luta.

 

“Mas precisamos fazer o debate da correlação de forças. 2017 é um marco da luta da classe. Fizemos a Greve Geral de 28 de abril e temos um balanço positivo da Central, que empreendeu todos os esforços para exigir das direções traidoras a unidade de ação para defender os trabalhadores. Mas a nova greve geral no dia 30 de junho, apesar de tudo que aprovamos e fizemos, não foi o suficiente para repetir a greve do dia 28. Com isso, o governo aprovou a reforma e se mantém implementando novas medidas. Temporariamente paramos a reforma da Previdência, mas ela ainda está na pauta”, disse.

 

“Nossa Central precisa ser obcecada pela unidade de ação. A classe não está desmoralizada, tem disposição de luta. Mas a correlação de forças é desfavorável. Então temos de pensar além de preparar dias de luta e o nosso Congresso, a CSP-Conlutas precisa ser vanguarda e parte da construção de um terceiro campo”, disse Neida.

 

“Não pode haver autoproclamação, temos de ser ofensivos e apontar para a construção de uma alternativa de direção para reorganizar a esquerda socialista, os sindicatos combativos, os lutadores, por que além de nós há experiências com a conciliação”, disse.

 

“Precisamos dialogar com as massas. Neste momento não está colocada a possibilidade da construção de organismos de poder. Precisamos de unidade de ação, fazer exigências às centrais, construir a Greve Geral e ser parte da construção de uma alternativa dos trabalhadores”, concluiu.

 

Diante da importância do tema, após a apresentação dos expositores, a fala foi aberta aos presentes no plenário não só durante a manhã, mas também no início da tarde. Dezenas de delegadas, delegados e observadores das bases de diversas entidades filiadas à CSP-Conlutas puderam fazer suas avaliações e também expressaram os principas temas discutidos, garantindo um debate rico sobre a conjuntura.

 

No domingo, a Coordenação Nacional da Central votará a resolução política com as próximas tarefas até o 3° Congresso.